A inovação tecnológica aliada ao empreendedorismo foi o tema central das apresentações dos palestrantes da segunda edição de 2016 do evento Empreender Gazeta do Povo. O gerente de comunicação do Uber no Brasil, Pedro Prochno, e o business development da World-Transforming Technologies (WTT), Rodrigo Brito, compartilharam suas experiências à frente de negócios que se propõem a mudar a realidade local. O evento aconteceu nesta quinta-feira (8), no Centro de Eventos da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), e reuniu cerca de 500 pessoas.
O primeiro palestrante da noite foi o Rodrigo Brito, business development da WTT. Ele destacou que o Brasil ainda tem muito a amadurecer na área do empreendedorismo inovador em tecnologia, principalmente nas áreas ligadas à água, energia , biodiversidade e saúde.
“O Brasil é um país pouco inovador e o que tem de inovação se resume a projetos na área digital”, disse Brito. Para ajudar a diminuir esse problema, o empreendedor entrou para o time da WTT, uma organização que identifica e apoia negócios que envolvam inovações tecnológicas com alto potencial de impacto social e ambiental. A organização apoia seis tecnologias e ajuda a inseri-las no mercado.
Elevator Pitch
No evento Empreender Gazeta do Povo, aconteceu também o lançamento do reality Elevator Pitch, projeto do jornal para fomentar o desenvolvimento de startups no Paraná. O vídeo mostra a trajetória das startups participantes do projeto, que passaram por uma banca de avaliação e um pitch dentro de um elevador.
A Lilibox foi a vencedora do projeto e os seus fundadores, Guilherme Palloro e Rafael Luciano, contaram durante o evento como tiveram a ideia de criar o negócio. A empresa lançou no mercado uma plataforma que conecta revendedores de cosméticos a consumidores.
Luciano contou que, enquanto trabalhava com gestão de empresas, chegou a fazer planos de negócio com 90 páginas e que não chegava ao modelo ideal de empresa. A ideia da Lilibox surgiu há seis meses, após ele e Palloro identificarem que não havia nada no mercado que reunisse em um único lugar revendedores de várias marcas cosméticos.
“Há muitos pesquisadores bons no mercado, com grande conhecimento técnico, mas que caem no vale da morte da inovação, que é o pós paper. Não conseguem fechar parcerias para fazer testes, fazer o protótipo e colocar a tecnologia no mercado”, afirmou Brito, que também é cofundador da Aliança Empreendedora, organização de apoio a microempreendedores de baixa renda, e da INK, empresa que realizou o programa Laboratório da Fundação Estudar.
Uber
O gerente de comunicação da Uber no Brasil, Pedro Prochno, foi o último palestrante da noite. Com apenas 29 anos, ele foi responsável por traçar as estratégias de comunicação digital da empresa para a América Latina. “A Uber é uma empresa jovem, que tem apenas seis anos de mercado, e com gente jovem. Ela estimula muito o intraempreendedorismo. Eu aprendi muito na prática e na marra.”
Prochno conta que, no escritório da Uber, os funcionários são incentivados a apresentar projetos que melhorem a atuação da empresa. Desde a primeira versão do aplicativo até novas camadas de tecnologia dentro da plataforma vieram de projetos desenvolvidos por alguns dos 8 mil funcionários que a empresa tem espalhados pelo mundo.
O executivo também destacou a importância de focar na solução de problemas quando você está desenvolvendo um projeto dentro da empresa em que atua ou pensando em criar um novo modelo de negócio. “Os negócios que dão mais certo são aqueles que surgiram da percepção de alguma dificuldade. Foi assim com a Uber, quando Travis Kalanick e Garrett Camp não conseguiam pegar um taxi e pensaram que precisar resolver esse problema.”
Dicas
Confira as principais dicas sobre empreendedorismo dos palestrantes da segunda edição de 2016 do Empreender Gazeta do Povo.
É importante ter sonho grande. Mas é mais importante ter um sonho grande na medida do realizável. Muita ambição sem quilometragem não faz muito sentido. Gosto mundo dessa linha de pequenos passos e grandes saltos.
Além de curva de aprendizado, você tem que ter curva de rede de relacionamento. Vai demorar dois anos para você ser reconhecido e para reconhecer os players de cada setor. Você marca uma reunião e pede três indicações. Isso vai formando uma rede até que você passa a ser buscado pela rede.
Empreender não é só ter o próprio negócio. É uma mentalidade. Na Uber, a gente pratica o intraempreendedorismo diariamente
É importante criar repertório. Repertório de públicos diferentes, de tecnologias diferentes e de áreas de negócios distintas.
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