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Escassez de água e luz fomenta negócios

Jhonatan Santos trabalha na AP Energia, fazendo a ponte entre pequenos geradores e grandes distribuidores de energia | Gazeta/Marcos Labanca / Gazeta do Povo
Jhonatan Santos trabalha na AP Energia, fazendo a ponte entre pequenos geradores e grandes distribuidores de energia (Foto: Gazeta/Marcos Labanca / Gazeta do Povo)

Com um potencial de mercado no Brasil de negócios na ordem de R$ 2,3 bilhões ao ano, de acordo com projeções da consultoria GO Associados, as soluções para otimizar o uso de água e energia precisam ir além do abastecimento de emergência por caminhões-pipa. Elas podem estar em tecnologias sofisticadas que vão do desenvolvimento de membranas usadas no reuso da água na indústria petroquímica à criação de equipamentos inteligentes, instalados pelo próprio usuário para economizar energia nas tomadas de casa.

“Há cinco anos, ninguém se preocupava com o uso racional de energia e água. A crise exigiu mapeamento de riscos e elaboração de planos de contingência que suportem as operações, seja nas empresas ou residências”, aponta Luiz Guilherme Whatker, gerente executivo de gestão de risco de negócios da consultoria ICTS Protiviti.

De origem israelense e com 240 funcionários no Brasil, a ICTS viu a demanda por gerenciamento de crise aumentar em até 50% nos últimos meses. A falta de água e luz não foi o único fator, mas tem base importante na avaliação das operações.

“Nas empresas, mapear os riscos do uso de recursos pode ser determinante para aumentar a competitividade quando a crise for amenizada. Traçar cenários de risco é uma estratégia indicada para todos os negócios”, diz Whatker.

Uso racional

Para o coordenador da pós-graduação em Gestão Ambiental da Universidade Positivo, Maurício Dziedzic, a crise contribuiu para chamar a atenção para o uso racional dos recursos e evitar desperdícios.

Setores como indústria e serviços devem aumentar a demanda por sistemas de controle e otimização, estimulando o desenvolvimento de novas tecnologias ou a adoção de antigas práticas, que utilizem energias renováveis.

“A produção de energia a partir do biodigestor, por exemplo, alivia o impacto no uso da hidrelétrica e ainda minimiza o resíduo, tornando o lixo um ativo energético”, diz.

Sustentabilidade

A mudança do interesse do país em novas fontes energéticas abre brecha para o desenvolvimento de tecnologias sustentáveis. “A crise gera oportunidades, das soluções mais simples às mais sofisticadas. A possibilidade de o consumidor comum produzir energia e revendê-la ao sistema de distribuição abre mercados interessantes”, explica o vice-presidente da AGX Energia, Claudio Lima, consultor em empreendedorismo sustentável.

A modalidade ainda exige regulamentação, o que vai gerar impacto no custo de implantação, nas questões tributárias e de financiamento de projetos. “Mas é um mercado promissor, que também carece de incentivos para o empreendedorismo, uma vez que o Brasil tem boas linhas de pesquisa na área”, diz.

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