Em janeiro de 2016, Guilherme Zanoni já estava com uma nova ideia de negócio concebida e pronta para entrar no mercado. O empresário só precisava acertar alguns detalhes sobre o ponto de vendas e a gestão do espaço onde apresentaria o seu produto, maçãs caramelizadas. Como o investimento inicial para o negócio era de R$ 50 mil, ele optou por um espaço pequeno, um quiosque em um shopping em Curitiba no mês de maio. Para ele, a escolha foi certeira. O espaço reduzido diminuiu os custos de gestão, manutenção e ainda trouxe a visibilidade que a marca precisava.
Ao optar por instalar sua empresa – a Apple Caramel – em um quiosque, Zanoni uniu o útil ao agradável. O empresário queria aproveitar a visão de 360° que o espaço oferece para interagir com o público e validar o negócio com mais rapidez. Além disso, também aproveitou para colocar sua marca em um local com alta circulação, mas com taxas menores que as lojas. “Aqui nós temos um apelo maior, mais engajamento com o público. E no quiosque a negociação, taxas e burocracia são mais fáceis. Até o investimento em mobiliário é menor”, conta.
Segundo Osmar Dalquano Júnior, coordenador de varejo do Sebrae no Paraná, as vantagens de abrir um negócio num espaço pequeno não estão restritas aos quiosques. Comércios menores, especializados ou com poucos produtos, podem começar dessa forma para aprender sobre a empresa e o consumidor. “Um pequeno local acaba sendo uma grande escola. Dali, se aprende a gerir um negócio e a estudar o público. Assim é possível se adequar e organizar a expansão, para lojas maiores ou franquias”, analisa.
Mas o especialista alerta: nem todo tipo de negócio funciona nesses locais. “Não adianta colocar o produto lá se o cliente não vai ficar confortável para experimentar e adquirir”. Ele explica que o essencial é que os itens estejam sempre bem dispostos e organizados, para otimizar a interação com o cliente. Assim, lojas de acessórios pequenos, itens para a casa e serviços express são mais adequados para esses espaços. “Um dos motivos de querer um local menor é a redução de custos, mas até quando vale a pena eliminar parte da experiência? Tem que cuidar para não desvalorizar o produto”, ressalta.
Facilidades
No dia a dia da Apple Caramel, a manutenção é simples. A loja tem um funcionário por turno, responsável por abertura de caixa, limpeza e organização dos produtos. Para aproveitar o pouco espaço do quiosque, a vitrine também funciona como estoque. Por isso, um sistema de gestão garante a agilidade de reposição, controlando a saída do produto e enviando os pedidos para a fábrica.
A loja - que expandiu e tem outras quatro filiais - entrega produtos para viagem e para consumo no local. Para isso, algumas unidades aproveitam as mesas da praça de alimentação dos shoppings em que estão funcionando. Em outras, a empresa instalou mesas próximas ao quiosque.
Expansão
Desde que abriu a primeira Apple Caramel, Zanoni recebeu 82 pedidos de franquia. Em agosto de 2016, começou a funcionar a segunda unidade em Curitiba. Depois disso foram abertas mais três lojas, uma no Paraná e duas em Santa Catarina. O empresário acredita que a alta demanda é consequência do espaço pequeno, que não exige um valor de investimento muito alto.
O fato da loja funcionar em um local menor também ajudou a agilizar a produção, colocar o produto no mercado, se adequar ao público e consolidar o negócio. “Se fôssemos abrir uma loja maior, tudo isso ia demorar mais. Levaríamos mais tempo para virar referência e chamar a atenção dos investidores”, analisa. A empresa conseguiu o retorno do investimento inicial em novembro de 2016.