Paulo Renato Oliveira e Felipe de Alvarenga Leite, os criadores da Action Labs.| Foto: Marcelo AndradeGazeta do Povo

Muito tempo e dinheiro é gasto no lançamento de um novo produto. Isto pode ser um problema. Imagine gastar milhões em um projeto novo e, quando ele fica pronto, já está obsoleto? É aí que a Action Labs entra em ação. A empresa, criada em Curitiba, criou um método para levar um ritmo de startup para as empresas tradicionais. 

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A Action Labs entra já no início do processo. Em situações normais, uma ideia nova entra para uma fila interminável de burocracia. Entre aprovar um orçamento, planejar, desenvolver um protótipo e testar com o consumidor são meses. Muito dinheiro e muitas horas de trabalho. E sempre há um risco de a ideia ser descartada. 

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Na metodologia PoC Design ("prova de conceito"), desenvolvida pela Action Labs, o processo é encurtado para um período que varia de 21 a 60 dias. O número de dias depende de quantos ciclos de testes são necessários e do grau de complexidade do protótipo. 

O que a PoC Design faz é instituir novos métodos, inspirada na máxima das startpups: erre rápido e erre barato. Em resumo, as empresas não precisam levar um projeto 100% para ser testado. Com um simulacro da ideia os consumidores já podem emitir opiniões valiosas. 

O exemplo da IBM 

Parece um pouco confuso. Para explicar melhor, o diretor criativo da Action Labs, Paulo Renato Oliveira, recorre a um exemplo da centenária IBM. 

No começo dos anos 1980, a IBM queria criar uma máquina que escrevesse o que a pessoa falasse. Tecnologia que hoje existe nos celulares, mas que na época era uma grande inovação. 

Eles chamaram pessoas para testar a tecnologia, mas viram que não era um bom negócio. Porque os executivos tinham as secretárias para digitar, as secretárias não podiam falar em voz alta, e as equipes de telemarketing ficavam em 50 pessoas em uma mesma sala. 

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Mas a grande sacada deles é que tinha uma pessoa embaixo da mesa que digitava o que a pessoa escrevia. Ou seja: eles não gastaram um dólar nesse protótipo.

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Experiência no mercado motivou metodologia 

A PoC Design (sigla) nasceu da experiência do publicitário Paulo Oliveira e seu sócio, o engenheiro Felipe de Alvarenga Leite, que trabalhou por quase uma década na unidade de negócios do Itaú. 

Os dois trabalharam por anos com produtos digitais. E se incomodovam com a lentidão de alguns processos em empresas tradicionais. "Eu prestava consultoria em produtos digitais, e via que meu trabalho perdia valor porque não tinha equipes com capacidade de desenvolver rapidamente", conta Paulo. 

A PoC Design é muito inspirada nas metodologias ágeis, que surgiram na programação de computadores e hoje são regra na gestão de startups. Mas criar startups ágeis é fácil. São empresas que começam do zero. O desafio da Action Labs é levar esta lógica para empresas robustas, com tradição em suas áreas de negócio. 

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A consultoria sai, o aprendizado fica 

Durante o processo, as equipes da Action Labs e da empresa contratante se mesclam. É importante ter lideranças dentro da empresa que comprem o projeto. Pois são os próprios funcionários da empresa idealizadora que vão tocar o projeto no dia a dia. 

"A inovação não surge em período infértil. Para que surjam inovações, é preciso que exista uma cultura dentro da empresa. E uma das formas mais eficazes é implantando métodos de inovação", defende Paulo Oliveira. 

Hoje, a Action Labs tem uma equipe de 14 pessoas. São designers, desenvolvedores, gente da comunicação digital e de mídias que formam uma espécie de startup generalista, que pode se adequar a diferentes projetos. Além de trabalhar com consultores para áreas especializadas. 

A perspectiva da empresa é de fechar 2017 (seu primeiro ano de operação para valer) com faturamento entre R$ 1 milhão e R$ 1,2 milhão. E tem ambição de crescer, principalmente em áreas onde a inovação ainda é distante da realidade brasileira, como engenharia e agronegócio. 

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Grupos de investidores 

Além de assessorar novos projetos, a Action Labs atende alguns grupos de investidores. São pessoas que pretendem aplicar dinheiro em startups e empresas novas. 

Os grupos reunem uma carta de possíveis investimentos, e mandam para a Action Labs analisar o potencial daqueles produtos darem certo. As ideias, então, vão para votação, para decidir quem vai ficar com a grana.

“Tem uma etapa de imersão, em que a gente estuda a jornada do usuário, as necessdades que ele tem.” 

O método, de forma resumida

O método PoC Design inclui uma série de estratégias para incorporar a equipe e agir de forma ágil. De forma resumida, funciona assim:

Primeiro uma etapa de ideação. Geração de ideias inovadoras para resolver aquele problema. Aí uma fase de priorização que é, dentre as ideias surgidas, definir qual tem maior potencial de erro. Então prototipação. Elaborar protótipos, e então a fase de testes, que é colocar isso tudo em ambientes reais. Por fim há a consolidação disso em um relatório de processos, indicando tecnologias a serem usadas, que funcionalidades levantaram interesse do consumidor, se o conceito inicial bateu com o que foi testado, ou se é necessário pivotar para uma coisa nova.

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