Ieda Dória é diarista, e em meio à crise que ainda assola o país ela foi uma entre milhares de profissionais que perderam o emprego. Em abril deste ano, após alguns meses desempregada, em parceria com seus filhos gêmeos, Flavio e Silvio, surgiu o “Sua Casa Limpa”, um site que facilita o agendamento de clientes que precisam contratar serviços de faxina. A renda de Ieda quadruplicou, logo no primeiro mês de trabalho.
Em entrevista ao InfoMoney, Flavio Doria, CEO da empresa, explica que a ideia começou com um cartão. “Encomendamos e distribuímos um cartão de layout simples pelo nosso prédio. Mas o retorno foi muito maior do que esperávamos”. A partir disso, surgiu a ideia de montar um site para conseguir ainda mais contatos e serviços para a mãe de 57 anos.
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“Eu já tenho um site e mexendo nele um dia, veio a ideia de montar um site focado nos serviços da minha mãe”, explica Flavio que hoje cursa administração de empresas na Anhembi Morumbi. Segundo ele, o “Sua Casa Limpa” veio da necessidade de conseguir mais dinheiro para a mãe. “Empreender para nossa família foi uma necessidade e não oportunidade. Nós nunca pensamos nisso, mas essa crise financeira nos fez enxergar além da curva e arriscar”.
Com o site, os resultados vieram. Em maio, quando de fato o serviço começou, a empresa faturou R$ 3.430, quase 4 vezes mais do que o valor de um salário mínimo que Ieda faturava quando ainda estava empregada. Já em junho, o faturamento subiu 33% alcançando R$ 4.550,46.
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Os irmãos de 30 anos administram juntos e dividem as tarefas. Se Flavio é o CEO, Silvio Doria que é formado em administração pela USP é o CFO (diretor financeiro) e cuida do setor financeiro e do planejamento estratégico. Por enquanto a empresa é composta apenas pelos 3 e apenas a mãe faz as faxinas, mas a ideia é contratar mais gente em breve. “Nossa meta é contratar mais uma pessoa, com a demanda crescendo apenas minha mãe não vai dar conta de todo o trabalho”, conta Flavio.
Além disso, até o fim do ano, eles pretendem lançar um aplicativo para facilitar ainda mais o contato entre clientes e serviço. Com o atendimento totalmente online, a empresa oferece limpeza de apartamentos, escritórios e serviço de passar roupa. O mais comum é o primeiro em que o cliente paga R$ 99 por quatro horas de limpeza. A segunda opção garante três horas de limpeza, por R$ 79 e a última custa R$ 75, também por três horas.
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A forma de pagamento é bem flexível: eles aceitam cartão de crédito, PayPal, transferência bancária, dinheiro e até bitcoin. “Aceitamos pagamentos em bitcoins unicamente porque ainda não existem empresas aceitando, queremos ser pioneiros nisso, acredito que seja interessante também a praticidade de receber em moeda virtual”, afirma Flavio. Até agora nenhum cliente pagou em moedas virtuais, mas o estudante de administração acredita que o passo é importante para o futuro da empresa.
Apesar de empreender não ser a intenção o negócio vem dando certo e a família está otimista. A expectativa é de que até o final do ano, a microempresa gere R$ 30 mil de faturamento.