A figura do microempreendedor individual (MEI), criada em julho de 2009 para formalizar pessoas que trabalham por conta própria, está por trás do rápido crescimento do número de empresas no Brasil. Esses profissionais, que faturam até R$ 60 mil por ano e têm direito a tributação simplificada, lideram uma em cada cinco empresas ativas no país.
Entre o fim de 2011 e o último domingo, o total de empresas em funcionamento aumentou 24%, para cerca de 16,1 milhões. No mesmo intervalo, o número de MEIs mais que dobrou, chegando a 3,4 milhões. As informações são da mais recente edição do Perfil Empresarial Brasileiro Empresômetro, lançada ontem pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), com sede em Curitiba.
Segundo o coordenador de estudos do IBPT, Gilberto Amaral, a formalização explica o aumento estrondoso no número de empreendimentos enquadrados em atividades como o comércio de vestuário e acessórios, cabeleireiros e obras de alvenaria. "São atividades típicas do microempreendedor individual", explica.
Segundo os dados compilados no Empresômetro, o setor de serviços, o maior do país, foi o que mais ganhou espaço nos últimos dois anos. Respondia por 43,7% das empresas ativas no fim de 2011 e hoje tem uma fatia de 45,2%, ascensão que também está intimamente ligada à formalização de trabalhadores por conta própria boa parte deles presta algum tipo de serviço.
Outro setor que ganhou espaço, de forma até surpreendente, foi a indústria, que passou de 7% para 7,2% do total de empresas e tem hoje mais de 1,1 milhão de estabelecimentos abertos. Embora tenham mais empresas ativas que há dois anos, os setores do comércio, agronegócio, financeiro e serviços públicos perderam participação no total nacional.
Faturamento
A indústria tem menos empresas ativas que os setores de serviços e comércio, mas é o que tem a maior receita. Segundo o IBPT, em 2012 as fábricas brasileiras faturaram pouco mais de R$ 7,2 trilhões, o equivalente a 28,3% do total das empresas ativas. Na sequência aparecem comércio, com 26,4%, serviços (19,2%), financeiro (15,5%), agronegócio (7,2%) e entidades e governo (3,5%).