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Franquias enxutas e baratas viram tendência no setor

Cassiano Oliveira e Fernando Hisamitsu são sócios da Easy Charge. | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
Cassiano Oliveira e Fernando Hisamitsu são sócios da Easy Charge. (Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo)

As tradicionais franquias do setor de alimentação com suas espaçosas lojas em shoppings vão, aos poucos, cedendo espaço a marcas do segmento de serviço que não demandam ponto fixo e que exigem custos menores para manutenção. A tendência esteve presente na 23.ª Franchising Fair, feira nacional que trouxe a Curitiba mais de 100 marcas que desejam expandir sua atuação no estado.

A ampliação desse tipo de negócio atende a uma gama de empreendedores que tem pouco capital para investir. Normalmente, são redes que precisam de investimento inicial de até R$ 80 mil e, por isso, se encaixam na categoria de microfranquias, segundo a Associação Brasileira de Franchising (ABF).

OPÇÕES: Conheça algumas das franquias presentes na feira

Os franqueados têm a opção de montar o negócio em casa, trailer, quiosque ou outro espaço com até 50 m², o que diminui os custos com a manutenção da loja.

A Easy Charge, que esteve presente na 23.ª Franchising Fair, é um exemplo de franquia que pode ser montada por apenas uma pessoa e não exige ponto fixo. O produto comercializado é um carregador portátil de celular para estabelecimentos comerciais, como bares e restaurantes. O licenciado da marca oferece o aparelho para as lojas e lucra com as propagandas que são veiculadas na tela que acompanha o carregador.

“Percebi que as pessoas vão até as tomadas ou totens fixos para carregar seu celular. A ideia do Easy Charge é levar o carregador até a mesa do cliente”, diz o sócio e diretor comercial da marca, Cassiano Oliveira.

A empresa tem 18 meses de funcionamento e já está presente em 20 cidades, através das franquias. Para ser um licenciado, o investimento inicial é de R$ 38 mil e o tempo de retorno é de um ano e meio. O faturamento médio é de R$ 10 a R$ 20 mil por mês.

Para a diretora da ABF Sul, Fabiana Estrela, os modelos sem ponto fixo atendem ao novo comportamento do consumidor, que busca a conveniência de um serviço ao seu alcance.

“Já faz algum tempo que vem se observando o crescimento de modelos mais enxutos. Os formatos menores reduzem custo, são mais fáceis de gerir e facilitam a vida do cliente, que economiza o tempo pesquisado, além de ser uma tendência de sustentabilidade”, diz.

Claudia Bittencourt, diretora do Grupo Bittencourt, consultoria especializada em franquias, afirma que mesmo as marcas consolidadas estão apostando em multicanais de venda, ou seja, em pontos fixos e móveis. “É uma tendência empresas franqueadoras estruturarem novos modelos de negócios”, diz.

Marcas ficam mais exigentes nas escolhas dos franqueados

Faz um tempo que os franqueadores estão mais exigentes na escolha dos seus licenciados. A explicação, segundo o diretor da 23ª Franchising Fair, Ademar Pahl, é que as empresas não querem que o franqueado feche a unidade, o que desgastaria a imagem da marca. Além de ter o dinheiro para bancar o investimento inicial e capital de giro para tocar o negócio nos primeiros meses, o empreendedor precisa preencher uma série de requisitos para entrar no mundo do franchising.

Segundo a diretora do Grupo Bittencourt, Claudia Bittencourt, cada rede tem um perfil de franqueado ideal mapeado. Elas analisam se querem um profissional mais operador ou investidor, se a pessoa está de acordo com a cultura da empresa, se tem um espírito empreendedor, entre outras características pessoais e profissionais.

Na Easy Charge, por exemplo, o perfil ideal são profissionais jovens que gostam de tecnologia e inovação e que buscam independência financeira. No grupo Trigo, dono das marcas Koni, Domino’s Pizza e Spoleto, é necessário que a pessoa possua capital próprio para investir na franquia, pois não são aceitos financiamentos bancários. Já a Action Coach, que oferece o serviço de coach para executivos, procura franqueados que passaram pelo mundo empresarial, como diretores, coordenadores e gerentes.

Franquia vende roupas em veículos adaptados

Um novo modelo de negócio apresentado na 23ª Franchising Fair é a Boutique de Rua. A loja vende roupas e acessórios dentro de veículos utilitários adaptados. O local possui espelho, provador, televisão e ar-condicionado para atender bem o cliente.

“Eu era sacoleira em São Paulo. Trazia as roupas para vender para as funcionárias de empresas na CIC [Cidade Industrial de Curitiba], mas não me deixavam entrar. Quando conseguia deixar a sacola de roupa com alguma cliente, a dificuldade era não ter espelho e provador para fechar as vendas”, conta Fabiane Post Ploposki, proprietária da boutique.

O empreendimento é voltado para atender ao público das classes B e C em pátios fechados, como em empresas ou eventos. São dez veículos pequenos de carga adaptados rodando pelo país. A taxa de licença da marca é de R$ 35 mil e a transformação do veículo custa, em média, R$ 43 mil. O faturamento mensal chega a R$ 50 mil.

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