O grupo paranaense Móveis Gazin deve acelerar a abertura de lojas em 2015. No ano passado, a empresa ultrapassou a meta de crescimento e chegou a R$ 3,15 bilhões de faturamento, 15% a mais do que no ano anterior. No período, foram aberta dez novas lojas. Para este ano, a previsão é crescer 10%, chegando a R$ 3,44 bilhões de receita e abrir 20 unidades.
Com atuação na indústria, atacado e varejo, o Gazin continua focando sua atuação de varejista nos estados do Centro-Oeste e Norte do país. Estão no radar novas lojas no Mato Grosso do Sul, por exemplo, onde o bom desempenho esperado no agronegócio pode manter as vendas em alta. “O ano vai ser mais difícil do que 2014”, diz Mário Gazin, fundador da empresa. “Duas variáveis serão cruciais para o varejo: o desemprego e a agricultura.”
Segundo o executivo, o que mais preocupa são os primeiros sinais de que a crise econômica começou a elevar a taxa de desemprego. “Nas grandes cidades, é o que mais influencia as vendas”, diz. Do agronegócio, por enquanto, ele espera uma contribuição positiva, já que as altas cotações do dólar compensam a queda nos preços dos produtos agrícolas.
Os primeiros números do ano já mostram que a inadimplência nas vendas do varejo está aumentando – variava até o ano passado entre 8% e 9% nas lojas Gazin e hoje estão em 13,5%. As perdas totais com a inadimplência devem subir de 1,6% para 2,2% das vendas a prazo. O cenário negativo não fez o grupo mudar a meta de 3,5% de rentabilidade, com margem de lucro de 5% no varejo.
Ranking
Mesmo com a previsão de crescimento mais conservadora, a Gazin mantém a meta de colocar seu grupo entre as 200 maiores empresa do país até 2019. Em 2013, estava na posição 256 no ranking das 500 mais elaborado pela revista Exame, 35 posições à frente da conquistada em 2012. Para isso, a companhia terá de superar as limitações geográficas de seu braço varejista, que responde por cerca de metade da receita, mas não compete em regiões atendidas pela área de atacado.
“Não posso ir para o Paraná, Santa Catarina e São Paulo, por exemplo”, explica. Nesses estados, a expansão ocorre com a maior penetração como fornecedor para outras lojas. Hoje, 40% do faturamento do grupo vem da área de atacado.
Colchões
Em outra frente, o grupo Gazin começa a ver os resultados de uma reorganização na área industrial, que responde por 10% da receita. Em 2012, um defeito em colchões da empresa provocou a troca de 240 mil unidades.
Foram dois anos para a reestruturação, que incluiu investimentos de R$ 30 milhões concluídos em 2014. A empresa tem seis fábricas, sendo cinco de colchões, molas e estofados, uma especialidade que coloca o Gazin como um dos seis maiores fabricantes de colchões do país.