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“Homem-hambúrguer”: empresa que faz rodízio do lanche a domicílio abre franquias

“Homem-hambúrguer”: franquia faz lanches na casa das pessoas. Na foto, os criadores da empresa, Walter Rolim e Moroni Rolim. | Henry Milleo/Gazeta do Povo
“Homem-hambúrguer”: franquia faz lanches na casa das pessoas. Na foto, os criadores da empresa, Walter Rolim e Moroni Rolim. (Foto: Henry Milleo/Gazeta do Povo)

Um rodízio de hambúrgueres a domicílio. “Como ninguém pensou nisso antes?”, foi o tipo de pensamento que rondou a cabeça dos primos Walter e Moroni quando eles abriram o Hambúrguer na Festa, em 2014. A empresa curitibana cobra um valor por pessoa para levar seu cardápio de sanduíches para festas alheias, cobrando um valor por pessoa. Agora, os empresários se preparam para expandir o negócio pelo sistema de franquias. Já são duas. A meta é chegar a 24 unidades até o fim do ano.

A expansão começou com uma unidade piloto, em Porto Alegre. A ideia era testar se o modelo de negócios funcionava bem fora de Curitiba, onde já há uma certa tradição na alimentação à domicílio, conta Walter Rolim, um dos sócios do negócio. Deu certo – foram oito festas no primeiro mês – e a dupla resolveu formatar um modelo de microfranquias, com investimento inicial na casa dos R$ 50 mil.

Na capital paranaense, há serviços parecidos de oferta de comida para festas, como o Homem Pizza e a Mulher Massa. Talvez por isso Walter achou que uma versão para hambúrgueres já existia. Ficou surpreso ao ver que não.

“Nesse meu aniversário eu pensei ‘vou fazer hambúrguer para o pessoal’. Quando cheguei em casa estava cansadão, e fui procurar na internet, porque [pensei] ‘tinha que ter uma empresa que fizesse isso’. E não achei”, conta Walter. Publicitário, desde 2015 hoje dedica 100% do seu tempo ao novo empreendimento. Moroni Rolim, seu primo e sócio, fez o mesmo, e largou o emprego de administrador em uma multinacional.

Como funciona o Hambúrguer na Festa

Hoje, a unidade em Curitiba faz, em média, 20 eventos por mês. A maioria concentrada no fim de semana, entre sexta-feira e domingo. A produção, na cozinha experimental da empresa, chega a 10 mil hambúrgueres mensais. Para cada festa é formada uma equipe, muitas vezes fruto de uma rede de freelancers.

O cardápio elaborado por Moroni tem oito sabores. O cliente pode escolher entre um combo básico (com três sabores dos mais simples, como Cheese Salada e Cheese Burguer); intermediário (dois sabores a mais, entre eles Barbecue); ou pelo cardápio completo, com os oito. Os acompanhamentos são batata frita palito, batata rústica em gomos com lemon & pepper e nuggets de frango.

O pagamento é feito por pessoa e todos podem comer à vontade. Os lanches são feitos na própria festa. A empresa diz preparar tudo no dia, para garantir sempre alimentos frescos. Toda essa expertise deve ser exportada para as franquias. Assim como o modo de preparo das carnes, em uma grelha chamada charbroiler. Segundo Walter, o equipamento é utilizado por grandes redes, como o Madero, e garante sabor e qualidade à carne.

Quanto custa abrir uma franquia da empresa

O cálculo do grupo é de que o franqueado tenha de desembolsar R$ 50 mil, de início. Metade é da taxa de franquia. A outra quantia é relativa à grelha, insumos iniciais e algum gasto com marketing. “A ideia é que tenha um custo baixo, seja rentável, com um payback rápido”, explica Walter. A estimativa é de que o retorno do valor investido ocorra em até nove meses de trabalho.

Da sua experiência como publicitário, Walter criou um plano de divulgação para instruir os franqueados nestes primeiros passos, que inclui desde o contato com jornais e veículos locais, até dicas para a criação e produção de conteúdo para a fanpage de Facebook (hoje a principal mídia utilizada pelo grupo).

Pela natureza do negócio, o Hambúrguer na Festa optou por não cobrar um valor em cima dos ganhos do franqueado, a chamada taxa de royalties. Os valores variam muito nas próprias festas, que sempre têm convidados ausentes e outros que aparecem de surpresa. No lugar, a empresa cobra R$ 1,25 mil ao mês pelo uso da marca e consultoria online e outros R$ 250 por publicidade.

Quanto ao crescimento para novos mercados, os empresários são otimistas. Veem a alimentação domiciliar com um filão de mercado. Produzindo hambúrguer, então, e ainda um de qualidade, como garantem produzir com suas receitas exclusivas, mais ainda.

Mesmo em cidade em que o lanche não é tão popular, Walter acredita que os franqueados vão ter facilidade em encontrar tanto público quanto profissionais aptos a trabalhar de feelancer nas festas. Inclusive porque o treinamento, online, é fácil de ser repassado para outras pessoas.

Além disso, facilita para o pequeno empreendedor o fato de a franquia prescindir de funcionários ou de uma sede fixa. “Se ele [franqueado] quiser pode usar a própria cozinha de casa, a geladeira dele para estocar. E se fechar uma festa ele já tem lucro”.

O mercado das microfranquias

A Associação Brasileira de Franchising (ABF) considera como “micro” as franquias com investimento inicial de até R$ 90 mil (valor para 2017). Na média, no entante, as redes têm custo de entrada de R$ 54,4 mil, contra R$ 166,4 mil das franquias tradicionais (considerando redes com os dois modelos).

O Sudeste é o principal mercado, concentrando 54% das microfranquias. O Sul vem em seguida, com 18%. É comum que a operação das microfranquias seja por home office (18%), e um quarto delas têm até 10 unidades. Mas muitas (31%) conseguem passar das 100 franquias.

Ao site da ABF, o diretor de inteligência de mercado da entidade, Claudio Tieghi, explicou que “modelos de microfranquia implicam em racionalizações e reduções de custos que contribuem com a eficiência das redes no geral”. Além disso, este modelo facilita a profissionalização de pequenos comerciantes e prestadores de serviço, diz ele.

As franquias do segmento de alimentação, também segundo a entidade, cresceram 8,8% em 2016, em relação a 2015. Foi o segundo setor com maior média, atrás apenas das franquias de moda, que aumentaram em 10,4%.

Em números

Franquia: Hambúrguer na Festa

Tipo de negócio: Microfranquia.

Ano de fundação: 2014

Início da franquia: dezembro de 2016

Número de unidades total: 4

Número de unidades próprias: 2

Número de Unidades franqueadas: 2

Média de funcionários: 1 fixo (o próprio franquado é considerado o operador 100% no negócio) e freelancers para os dias de evento.

Taxa de royalties: não cobra

Taxa de uso da marca e consultoria online: R$ 1.250 mês

Taxa de publicidade: R$ 250,00 mês

Prazo médio de retorno: 9 meses.

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