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Incubadora do Senai garimpa startups para ajudar a indústria a inovar

Entre as grandes indústrias e as pequenas startups: o gestor da incubadora, Mário Calzavara, ao lado das analistas Caroline Aguiar e Priscila Assahida | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
Entre as grandes indústrias e as pequenas startups: o gestor da incubadora, Mário Calzavara, ao lado das analistas Caroline Aguiar e Priscila Assahida (Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo)

Criada há cinco anos, a incubadora do Senai, em Curitiba, viu sua relevância aumentar durante a recente crise econômica. É ali, em salas ocupadas tanto por jovens empreendedores recém-saídos da faculdade quanto por profissionais tarimbados, que a indústria local tem procurado novas formas de aumentar a produtividade e cortar custos por meio de produtos e serviços inovadores.

Não à toa, a incubadora aposta cada vez mais em negócios relacionados à automação e internet das coisas (IoT), que estão entre os pilares da chamada indústria 4.0.

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A incubadora, sediada no Campus da Indústria da Fiep, na Avenida das Torres, tem hoje oito startups embaixo de suas asas, que recebem ajuda para estruturar seus planos de negócio, desenvolver produtos e serviços e contatar empresários interessados em investir e contratar as soluções – ajuda o fato das pequenas empresas estarem justamente em um espaço onde os industriais têm trânsito livre.

A ideia, destaca o gestor da incubadora, Mário Calzavara, é justamente mostrar que as startups podem ir muito além da criação de aplicativos para celular com foco no usuário final – nicho que acaba sendo o mais relacionado à atuação dessas empresas.

“As indústrias demandam isso da gente. E isso acaba nos ajudando, porque, num ecossistema com tantas outras incubadoras e atores, conseguimos nos posicionar bem”, afirma Calzavara.

Até pelo tipo de demanda, que exige soluções mais complexas e específicas, a incubadora costuma selecionar startups com soluções já em andamento ou fase final de testes, prontas para serem aplicadas. A intenção não é mostrar ao empreendedor como montar seu negócio, mas sim garantir que ele encontre respaldo no mercado – o que acaba aproximando a incubadora do conceito de uma aceleradora.

“Nossa grande objetivo é acelular o desenvolvimento de empreendimentos inovadores, trabalhar com negócios de alto impacto, a serviço do desenvolvimento”, resume o gerente de inovação do Centro Internacional de Inovação do Senai, Filipe Cassapo.

Resposta

A aposta tem gerado bons resultados. Startups ainda incubadas, como a Eruga e a QualiCode, já estão bem posicionadas no mercado, com suas soluções sendo adotadas por grandes empresas da região.

A Eruga tem focado na digitalização de processos e treinamento imersivo – a startup desenvolve atualmente mais de 15 projetos na Renault que usam realidade aumentada e virtual para o treinamento e capacitação de funcionários. A QualiCode, que desenvolve soluções de internet das coisas, já forneceu mecanismos de segurança e criptografia de dados para impressoras fiscais da Bematech e levou soluções de monitoramento remoto e consulta de dados para a companhia paranaense de engenharia Escoll.

O case mais bem-sucedido até o momento, no entanto, provavelmente seja o da Já Entendi, que coleciona prêmios de inovação com seu serviço de treinamento e capacitação profissional à distância, baseado em uma metodologia própria criada pela fundadora Gladys Mariotto. A startup, já graduada, atingiu a marca de mais de 1,5 milhão de alunos em empresas como a Natura e Walmart. Mesmo tendo completado o processo de incubação no Senai, segue participando dos encontros promovidos no Senai, onde os “startupeiros” fazem pitchs para apresentar suas soluções a clientes e investidores em potencial.

Seleção

O processo de incubação leva entre 12 e 24 meses e pode ocorrer no modelo residente (onde a startup ocupa um espaço físico no próprio Campus da Indústria) e não-residente. A seleção é no formato de fluxo contínuo, em que editais são lançados cada vez que uma empresa se gradua e uma vaga é aberta.

A nova seleção, inclusive, está para começar e fará parte da sétima edição do Desafio Paraná de Startups, competição que reconhece as melhores empresas inovadoras do estado. As inscrições estão abertas e seguem até setembro – os interessados podem se candidatar pela internet.

Para participar, a startup precisa ter um modelo de negócio inovador que se proponha a resolver um problema. A empresa não precisa ter CNPJ e uma carteira de clientes, mas deve ter desenvolvido um produto mínimo viável do seu produto ou serviço.

Os cinco primeiros colocados terão a oportunidade de participar do Open Innovation Week, evento realizado anualmente em São Paulo. Já a primeira colocada garante uma vaga na incubadora do Senai.

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