Miçangas, sagu, pães, flores artificiais e sabonetes. Aos 12 e 9 anos de idade, Ana Carolina e Arthur Benato já colecionam mais experiência que boa parte dos empreendedores tradicionais.
A ideia do primeiro negócio surgiu como uma necessidade de distrair Ana Carolina. Há três anos, ela foi diagnosticada com uma doença rara, chamada Síndrome de Kawasaki, que provoca aneurismas nas artérias. "Na oportunidade, ela teve de ficar em repouso por mais de 40 dias em casa. Tivemos de inventar uma maneira de distraí-la", relembra a mãe, Janaina Benato. "Matriculei a Ana em um curso de miçangas. Com o passar dos dias, ela foi comprando mais matéria-prima, fazendo o contato com as coleguinhas para vender aquilo que produzia enquanto se recuperava", relembra.
Ao ver a irmã criar seu pequeno negócio e ganhar seus primeiros trocados, o caçula Arthur também quis entrar na brincadeira.
Modelo
Hoje, um pouco mais experientes, os dois fabricam sabonetes no quintal de casa quando têm a tarde livre e já terminaram o dever de casa. Enquanto Ana Carolina cuida do caixa e das vendas para as colegas e vizinhança, Arthur é responsável pelo planejamento do material e produção.
A produção atual de sabonetes também foi adaptada para uma maior margem de lucro. Trocaram as tradicionais formas de silicone, que custam cerca de R$ 35, por formas de plástico para fazer chocolate adaptadas, que custam em média 60 centavos. "O nosso volume de produção é pequeno, então tivemos de optar por um investimento mais baixo", explica Arhtur.
Em quatro meses de empreitada, os dois levantaram R$ 240, quantia simbólica que substitui a mesada e é usada para ampliar a gama de produtos. "No começo fizemos sabonetes em pedra, mas vimos que o sabonete líquido pode ser vendido por um valor maior. Com o que ganhamos, compramos o material para fazer o novo produto", completa o caçula.