O conhecimento teórico da sala de aula aplicado imediatamente à prática de mercado. Essa é a essência do projeto Positivo Oficial, loja criada pelos alunos da Universidade Positivo (UP) para venda de produtos com a marca da instituição. A ideia surgiu no fim do ano passado e hoje tem a participação de mais de 70 alunos e 15 professores de diversos cursos. Envolvidos desde a elaboração das peças, formalização da empresa, pesquisa de materiais e fornecedores, seleção de pessoal e prática de vendas, os estudantes têm a oportunidade de consolidar, ainda na escola, conceitos de empreendedorismo e negócios, além de desenvolverem habilidades em suas respectivas áreas de conhecimento.
A proposta partiu da aluna de Publicidade e Propaganda Andressa Godói. Decidida a trabalhar na área de moda, ela procurou a Escola de Negócios da UP para viabilizar uma marca de roupas inspirada na moda universitária. O segmento é bastante popular nos Estados Unidos, onde a assinatura das universidades é orgulhosamente ostentada em diferentes peças de vestuário feminino e masculino. A própria Universidade Positivo mantém uma unidade terceirizada que vende produtos com a marca, em que oferece peças personalizadas.
Eles vivenciam o empreendedorismo em todas as suas nuances, experimentando dificuldades e vitórias ao longo do processo.
A abertura da Positivo Oficial, em meados de junho, vai levar ao encerramento das atividades da loja antiga. Com a marca da universidade, os alunos assumiram todas as etapas da formalização do negócio, desde as questões burocráticas da abertura da empresa até a elaboração da coleção e detalhes da produção.
Para montar a grife com 17 peças na primeira coleção, os estudantes fizeram pesquisa de mercado com fornecedores, avaliação de materiais e testes de matéria-prima para chegar ao produto final desejado. A etapa exigiu negociação com fornecedores para estabelecer o padrão de qualidade do tecido utilizado na confecção e a modelagem. “Eles puderam vivenciar o empreendedorismo em todas as suas nuances, experimentando dificuldades e vitórias ao longo do processo”, avalia o diretor corporativo de Marketing e da Escola de Negócios da UP, Rogério Mainardes.
Foi assim que alunos dos cursos de Publicidade, Moda, Contabilidade, Administração de Empresas, Arquitetura e até Psicologia foram envolvidos no processo de criação da empresa. Futuros arquitetos foram os responsáveis pelo layout da loja de 28 m2 instalada no câmpus, enquanto os alunos de Psicologia foram encarregados de definir e selecionar quem tem o perfil para trabalhar como vendedor no balcão.
O empreendimento também exigiu um plano de negócios, com avaliação de cenário nos próximos cinco anos, realizado pelos estudantes de administração. Assim,, todos puderam compreender as dificuldades do mercado que não eram bem consolidadas na rotina das aulas. “É uma experiência gratificante pela oportunidade de entender as barreiras da atividade empreendedora, que é muito diferente do que ocorre durante as aulas”, conta Andressa.
Moda universitária é nicho promissor
A cada ano, uma nova legião de universitários ingressa nas instituições. E o orgulho de pertencer a essa comunidade é o motor do negócio dos irmãos Leonardo e Thomás de Oliveira. A Identifique, especializada na produção de peças de vestuário com marcas para grupos, foi fundada em 2011, depois da experiência de Leonardo como vendedor quando era estudante da UTFPR. No ano anterior, a pedido dos colegas, ele vendia moletons com a marca da universidade, terceirizando a confecção das peças. A procura aumentou e ele chamou o irmão para tocar a empresa em sociedade.
Em 2014, a Identifique saiu do quintal da casa da família para uma sede própria e fechou o ano com faturamento na casa de R$ 2 milhões. São 40 funcionários entre diretos e indiretos, que dão conta de uma produção que chega a 10 mil peças por mês entre março e agosto. Vendedores e representantes comerciais espalhados pelo país fazem a prospecção de clientes, procurando as turmas universitárias interessadas na identificação pelo vestuário. “Nosso maior forte é fazer bordados em quantidades mínimas, de quatro unidades. Assim, conseguimos atender um número maior de cursos”, conta Leonardo.
A empresa já mandou peças para a Rússia, Irlanda, Paraguai e Argentina. A preocupação com qualidade fez com que os irmãos investissem no fornecedor, que elabora o tecido com exclusividade para a empresa. “O moletom tem que manter o mesmo aspecto de novo, sem bolinhas ou deformidades”, diz. Os modelos americanos são replicados também em peças para marcas comerciais, que buscam produtos de alto padrão.
A meta é manter em 2015 o mesmo faturamento do ano passado e preparar para crescer até 50% em 2016.
Estudantes discutem planejamento, sucessão e expansão
Os alunos-empreeendedores da Universidade Positivo (UP) estão às voltas com demandas reais da nova marca, como contratação de pessoal e expansão da loja, pesquisas para a segunda coleção e aumento do portfólio, com a confecção de bolsas, cadernos, canetas e acessórios.
A UP também estuda a abertura de uma outra unidade, no câmpus da Praça Osório. A primeira loja tem faturamento mensal projetado em R$ 70 mil e prevê repasse de 8% como royalties para os cursos envolvidos. Outra preocupação é estabelecer o modelo de sucessão na direção da empresa, que agora é um laboratório para a práticas de mercado e deve proporcionar a experiências para todos os alunos.
Trabalho em equipe
“O melhor exercício dos estudantes foi entender que não existe individualidade no mercado profissional. Há uma interdependência fundamental para a condução do negócio, que exige visão de gestão e criatividade para atingir bons resultados”, diz diretor de marketing da Positivo, Rogério Mainardes.
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