Após completar uma década de existência em 2015, a rede de restaurantes Madero prepara a maior expansão de sua história, neste ano. A intenção é fechar 2016 com 33 novas unidades no Brasil e no exterior – entre as próximas cidades da lista a contar com os estabelecimentos estão Porto Alegre (RS), Vila Velha (ES) e Brasília (DF), até julho.
No total, os investimentos nas novas unidades devem somar R$ 100 milhões. A previsão é lançar 25 restaurantes no formato de contêineres e 8 steak houses, que seguem como o carro-chefe do grupo fundado pelo empresário Junior Durski. Hoje, a rede conta com 63 restaurantes em todo o país, além de uma unidade recém-inaugurada em Miami (EUA).
VÍDEO: conheça o interior dos restaurantes e a trajetória do grupo Madero
No médio prazo, a meta é atingir a marca de 200 unidades em operação até 2018.O plano de expansão encontra respaldo nos bons resultados financeiros do grupo, que faturou R$ 334,5 milhões ano passado, somando os restaurantes e a fábrica de hambúrgueres e embutidos – quantia 56% maior do que em 2014. Para este ano, mesmo em um momento de retração econômica no país, a previsão é de novo aumento no faturamento, desta vez na faixa de 40%.
Contratações
A abertura dos novos restaurantes virá junto de um reforço substancial na equipe de funcionários do Grupo Madero. A intenção da rede é ampliar o efetivo de colaboradores em 24% – hoje, são 2.500 profissionais.
“A mão de obra sempre foi um gargalo para nós, pois precisamos de muitos funcionários. Mas hoje, por conta da crise, temos mais facilidade em contratar pessoas para nos ajudar, tanto na parte de gestão quanto em atendimento”, afirma o empresário Junior Durski, fundador do grupo.
Parte das novas unidades devem ser viabilizadas, inclusive, por meio de um efeito colateral da crise. Segundo Durski, boa parte dos restaurantes serão implantados em shopping centers, seja nas praças de alimentação ou nas áreas de estacionamento, no caso dos contêineres. O fechamento de lojas nesses empreendimentos, com os consumidores pisando no freio para cortar gastos, aumentou a oferta de pontos e colocou mais pressão sobre os shopping centers para buscar atrativos, nem que seja investindo dinheiro do próprio bolso.
“Evidentemente, num momento de crise há muitas dificuldades, mas oportunidades também. Quase todos os shoppings estão procurando restaurantes e têm interesse a ponto de nos convidar para abrirmos unidades em condições muito favoráveis. Tem shopping que paga a conta inteira para irmos pra lá e outros que nos emprestam dinheiro para viabilizar a abertura, com a opção de devolvermos somente com a correção da inflação”, relata o chef.
Ajuste
A crise, porém, não trouxe somente oportunidades para o grupo. A alta recorde no preço dos alimentos neste início de ano, que fez o índice oficial de inflação fechar em 1,27% em janeiro e 10,71% no acumulado em 12 meses, já obrigou o Madero a elevar os preços ao consumidor final. Neste mês, o cardápio do Madero subiu 1,5%, em média, e a previsão é que a alta no valor dos pratos cheque a 6% neste ano – os reajustes serão intercalados em outras três altas de 1,5% ao longo dos meses, a depender do comportamento dos preços.
“Temos um volume maior de compras, com regularidade e pagamento em dia, então nossos fornecedores acabam engolindo uma parte da inflação para não repassar tudo para nós. Outra ação fundamental que temos feito é cortar desperdícios, economizar o máximo para sermos o mais eficiente possível, sem que isso afete a qualidade dos produtos”, afirma Durski.
O fato do Grupo Madero contar com uma fábrica própria também ajuda. Inaugurada ano passado em Ponta Grossa com um investimento de R$ 28 milhões, a unidade tem capacidade instalada para produzir mensalmente 440 toneladas de hámburguer, 120 toneladas de carnes em porções e 100 toneladas de embutidos.
No exterior
Fora do Brasil, o Madero prepara a abertura de dois restaurantes em Sidney, na Austrália, em junho e setembro, e uma outra unidade em Doha, no Qatar, que deve abrir as portas em agosto. Nas duas cidades, a operação contará com sócios locais, o que não aconteceu em Miami – nos EUA, o restaurante é gerenciado pela filha de Durski, Laysa, que seguiu a mesma carreira do empresário.
“Na vida, o negócio é ir aprendendo. Com a experiência de Miami, entendemos que o modelo de ir sozinho para um país diferente nos faria apanhar bastante. Hoje o restaurante de lá está indo bem, mas tivemos dificuldades antes da abertura, como a obra, que atrasou quase um ano”, confessa Durski. “Agora, sempre vamos ter sócios locais na expansão internacional, recorrendo a pessoas que moram nesses países, conhecem a cultura e as dificuldades de cada local”, completa.
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