A grande maioria dos universitários curitibanos dos cursos na área de negócios pretende empreender futuramente em busca de independência pessoal, mas ainda não o fez por falta de dinheiro ou por não se sentir preparada. É o que revela pesquisa da consultoria Brain realizada em dezembro do ano passado com 450 estudantes dos últimos anos dos cursos de Administração, Ciências Contábeis, Comunicação e outras graduações relacionadas.
O estudo mostra que apenas 12% dos entrevistados não pretendem empreender, enquanto 88% têm intenção de abrir o próprio negócio – destes, 47% planejam a empreitada para breve e,41%, para um futuro distante (veja infográfico). Para a coordenadora regional da Endeavor no Paraná, Mariana Foresti, a situação econômica do país e os exemplos de sucesso têm influenciado os jovens a pensar no empreendedorismo como opção de carreira – esse interesse, segundo ela, se tornou mais forte nos últimos cinco anos.
Entre os motivos citados pelos entrevistados para empreender estão a busca de independência pessoal (59%), uma melhor perspectiva de renda futura (39%) e a identificação de uma oportunidade de negócio (32%). Por outro lado, a a falta de dinheiro (63%)é apontada como o principal motivo para os projetos não terem sido colocados ainda em prática.
Preparo
Apesar de 41% dos entrevistados afirmarem que pretendem abrir a empresa nos próximos dois anos e com investimento próprio, 46% dizem não estar preparados. O resultado é retrato, segundo o sócio da consultoria Brain Tadeu Araújo, de uma situação típica do ensino superior: a universidade prepara o jovem para ser um excepcional funcionário, enquanto a possibilidade de ser um empresário aparece apenas em segundo plano.
Outra barreira seria a ideia equivocada do que é de fato empreendedorismo. “É muito comum a pessoa imaginar que para abrir um negócio precisa ser algo diferente. Ela acha que empreender é fazer algo totalmente inovador”, diz Araújo.
Entre os entrevistados, 42% têm interesse em abrir uma empresa na área de serviços, enquanto 35% pensam no comércio e apenas 8% levam em conta negócios de base tecnológica.