A preocupação cada vez maior com a saúde e a alimentação está fazendo bem a negócios ligados ao esporte. Um mercado que segue aquecido, apesar da crise, e que encontra espaço tanto na oferta de produtos e serviços para atletas profissionais quanto para amadores.
As possibilidades vão desde as tradicionais academias de ginásticas até a prestação de serviços mais especializados, como alugueis de quadras e consultorias para quem pratica atividades físicas, além da produção de artigos esportivos, como uniformes, bolas, troféus, etc.
Apesar de não haver dados consolidados no Brasil, a coordenadora do Núcleo de Marketing Esportivo da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), Clarisse Setyon, estima que o setor represente 3% do Produto Interno Bruto (PIB).
OPORTUNIDADES: Conheça os principais nichos do segmento esportivo
As áreas de maior crescimento, segundo a especialista, são as prestadoras de serviços, como agências de turismo, promotoras de eventos e empresas de gestão de carreira de atletas.
A saúde está em alta, mais e mais pessoas estão fazendo atividades físicas. É uma área muito aquecida e menos afetada pela crise porque saúde não é algo supérfluo.
A Trainer Assessoria Esportiva é um exemplo de como o esporte é uma boa oportunidade de negócio.
Há 12 anos, o personal trainer Fábio Tchê percebeu que quase não existiam empresas especializadas em prestar consultoria para quem pratica corrida de rua em Curitiba, mesmo com a grande procura na academia em que dava aulas.
Ele contou a ideia de montar o negócio a alguns alunos e, com o retorno positivo, criou a empresa que conta hoje com 470 clientes, muitos desde o início do empreendimento, em 2003.
O empresário não revela o faturamento, mas afirma que a empresa continua crescendo, mesmo com o aumento do número de concorrentes nos últimos anos. São 13 profissionais que atendem os alunos – normalmente pessoas da classe A e que com faixa de idade entre 35 e 40 anos.
O caso dele reflete um padrão comum a quem inicia um empreendimento ligado a esportes: ter algum vínculo com a área e enxergar no setor uma oportunidade de empreender.
Como o empresário Edemilson Padilha, de 43 anos, que está por trás de uma das principais fábricas de artigos para montanhismo do país. O negócio começou informalmente há 25 anos quando ele encontrou dificuldades para comprar itens necessários à prática da atividade. O jeito foi aprender corte e costura e começar a fazer os próprios objetos que levava para subir montanhas.
Um ano depois, o negócio foi formalizado e virou a Conquista Montanhismo. A empresa, com sede em Campo Largo, emprega 70 pessoas e fabrica 6 mil itens por mês, entre peças de vestuário e acessórios que são revendidos para lojistas. O faturamento é de R$ 5 milhões por ano.
Prática esportiva
O consultor do Sebrae-PR, Rodrigo Viana, explica que o universo econômico da prática esportiva divide-se em dois grande blocos – alimentação e esportes – e que o foco de ambos é trabalhar com o conceito de saúde. “A saúde está em alta, mais e mais pessoas estão fazendo atividades físicas. É uma área muito aquecida e menos afetada pela crise porque saúde não é algo supérfluo”, explica.
Observar o segmento com atenção é diferencial para lucrar
Assim como em qualquer negócio, estar atento ao mercado é o diferencial dos empreendedores do universo esportivo que mantêm índices satisfatórios de lucro mesmo em momentos de crise.
Fundada nos anos de 1990, a Drop Dead começou quando Eduardo Dias, hoje com 45 anos, vendia camisetas e refrigerantes na pista de skate da Praça do Gaúcho, em Curitiba.
O negócio ganhou forma e ele começou a produzir shapes (prancha de madeira do skate). Com 14 lojas próprias, uma fábrica e 400 funcionários, a empresa bateu recorde de vendas. Mas, para continuar competitivo, Dias percebeu que era necessário fazer investimentos constantes. Como estava sem vida social, o empresário decidiu em 2004 trabalhar só como licenciador da marca que criou, referência no ramo skatista.
“O custo era muito alto para manter tudo funcionando”, afirma Dias. Hoje, o grupo Drop Family possui quatro marcas próprias e detém os direitos de licenças exclusivas de 11 marcas americanas desde 2008.
Dicas de sobrevivência
Estudar o público-alvo, fazer um plano de negócio e fugir da concorrência com grandes companhias são as dicas para que um negócio tenha sucesso. Mas, mesmo fazendo o dever de casa, o empresário pode passar por momentos difíceis. A solução pode ser ampliar o leque de produtos e clientes, buscando sempre a inovação.
Foi o que fizeram a Conquista Montanhismo e a Trainer Assessoria Esportiva. A fábrica começou a produzir peças de vestuários mais versáteis, que pudessem ser usadas no dia a dia. Além disso, criou uma linha de produtos para o mercado corporativo, como jaquetas impermeáveis para a polícia. Já a consultoria em corrida focou em fazer parcerias com empresas interessadas em promover a atividade física entre seus funcionários. São cinco contratos em vigor que respondem por 30% do faturamento.
Nichos
Os negócios ligados ao esporte vão desde academias a agências de consultorias. Confira algumas oportunidades:
Academias
Podem ser de ginástica, artes marciais e tiro, entre outras modalidades.
Consultorias
Gestão de carreira de atletas e de clubes profissionais e assessorias para praticantes de atividades físicas.
Equipamentos
Fábricas de grama sintética, bolas, troféus, acessórios para esportes de aventuras, quadras, entre outras opções.
Moda
Confecção e varejo de uniformes e roupas para atividades físicas.
Locação
Aluguel de quadras e empréstimos de artigos esportivos, como pranchas, raquetes e barcos.
Lojas
Comércios especializados em um único esporte e lojas de suplementos alimentares são algumas opções no varejo.
Turismo
Agências de viagens focadas em eventos esportivos e resorts de golfe são alguns exemplos.
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