Retomando o assunto da última Pesquisa GEM Global Enterpreneurship Monitor abordada em minha última coluna, destaco uma questão curiosa sobre a inovação. Segundo o estudo, 98,9% dos empreendedores iniciais não acreditam que seus produtos ou serviços são inovadores. Já entre os empreendedores estabelecidos, o número é ainda maior, 99,4% não enxergam a inovação em seus negócios.
Estes dados são reflexos do atraso histórico brasileiro no que tange o investimento à inovação e o estímulo à pesquisa dentro da academia nacional. Até pouco tempo atrás a produção científica no Brasil ainda era inexpressiva e não tinha um foco dirigido para as áreas que mais demandam a produção de conhecimento. Como disse Glaucius Oliva, presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), o bordão no meio acadêmico em tempos não muito longínquos era "produza alguma coisa, não importa o que nem para quê".
Mas, nem tudo é cinza neste cenário. A favor da inovação no Brasil pesam a reação de indicadores ligados à produção científica e a atenção que algumas áreas do governo e instituições acadêmicas de caráter privado parecem incluir nesta agenda. Sancionada no último mês, a Lei de Inovação do Paraná promete garantir benefícios e estabelecer mecanismos de cooperação entre os setores público e privado, além das universidades para pesquisa, desenvolvimento científico e tecnológico. Cabe a nós, empreendedores, não deixar este tipo de oportunidade passar.