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Os segredos das youtubers que fazem da onda “faça você mesmo” uma fonte de renda

Ana Paula Brasil com suas alunas (e fãs) | Naiady Piva
Ana Paula Brasil com suas alunas (e fãs) (Foto: Naiady Piva)

Elas tem 15, 35 ou 60 anos. Fazem crochê, colagem, costura criativa. Amam o Pinterest. As youtubers de "faça você mesmo" são a grande onda do momento. Muitas são artesãs experientes, e que viram na plataforma uma forma de alavancar suas vendas. Além de ganhar dinheiro com a fama, as youtubers ensinam os primeiros passos para quem quer fazer do artesanato e da costura uma nova fonte de renda.

Ana Paula Brasil trabalha com artesanato há mais de 20 anos. Nos anos 2000, chegou a participar do Note e Anote, da apresentadora Ana Maria Braga. Artesanato é sua paixão (ela mesma criou 22 técnicas de quilt, e domina 40) e a câmera, uma grande amiga. 

Foi só no ano passado que ela foi lançar seu canal de costura criativa, o "cANAda pAULA Brasil". São cinco mil inscritos, número ainda pequeno se comparado aos campeões da plataforma (a curitibana Kéfera Buchmann, por exemplo, tem 10 milhões. Whindersson Nunes, 22 mi). Mas é um público fiel. 

"Eu solto meus vídeos pela manhã, então brinco que elas tomam café comigo. Muitas são minhas amigas". O engajamento das fãs fez com que Ana garantisse o patrocínio de marcas do mundo da costura, como fabricantes de máquinas, panos e linhas. 

E quem são estes fãs? 

A pergunta foi feita para ela durante o Quilt & Craft Show, um evento de costura criativa, em Curitiba. A youtuber se voltou para a turma de mulheres, a maior parte na casa dos 60 anos para cima. "Quem aqui assina meu canal?". Todas levantaram a mão. 

Meet & Greet 

Ali do lado, a catarinense Marcia Baraldi divide o tempo entre a venda e as fotografias. As fãs param para tirar foto com a empresária, que hoje está no meio de uma série de "365 vídeos de quilting", que vai durar um ano todo. 

Diferente de Ana Paula, Marcia não faz dinheiro diretamente com o canal. Ela usa o YouTube como forma de divulgação pessoal, e gera a sua renda em aulas e cursos presenciais, e com a venda de produtos da sua marca. 

Do it yourself 

Enquanto artesãs descobrem a internet como forma de marketing pessoal, muitas youtubers veem no "faça você mesmo" (conhecido pelo DIY, da sigla em inglês) um nicho de vídeos populares. 

Larissa Vale criou seu canal há 4 anos, para mostrar algumas coisas que fazia em casa. Hoje tem mais de 140 mil inscritos, e tira metade da sua renda dos vídeos. 

Rafaela Oliveira e Nina Braz começaram como blogueiras e migraram para o YouTube. As duas falam de organização da casa, decoração e técnicas de "faça você mesmo". E tiram seu sustento da internet, em especial do empresas patrocinadoras. 

Geração de renda multiplicada

Mas, afinal, por que o DIY é a onda do momento, na internet? As explicações são várias. Uma é a inclusão digital: muitas mulheres na casa dos 40 anos para cima, que formam o público mais tradicional do artesanato, hoje são usuárias árduas das redes sociais. Participam de grupos no Facebook, seguem boards no Pinterest, seguem canais no Youtube. E muitas vezes são, elas próprias, influenciadoras digitais. 

Outra é a geração do "faça você mesmo". A lógica de criar ou comprar um produto exclusivo, dar um presente feito com as próprias mãos, é um casamento perfeito com a lógica millenial de buscar experiências (explicamos direitinho como os jovens millenials influenciam o padrão de consumo nesta reportagem). 

Muitas youtubers de "faça você mesmo" ganham dinheiro em cima dos patrocínios. Outras usam a fama como plataforma para vender produtos e cursos. Emilia Aoki estima que, por cima, uma youtuber com carreira consolidada tira cerca de R$ 30 mil por mês. 

Além de ganhar dinheiro, estas estrelas da internet lideram uma revolução no mundo do artesanato. O que antes era "coisa de vó", passou a ser algo popular. Fazer algo com as próprias mãos pode ser o hobby de uma senhora de 80 ou de uma criança de 7 anos. O que abre uma avenida em oportunidades de negócios, para quem trabalha na área.

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