Ponto de encontro de negócios inovadores, o Vale do Silício é um celeiro de ideias para empreendedores brasileiros que têm a oportunidade de passar por processos de aceleração na Califórnia, nos Estados Unidos. Com a experiência, muitos trazem na bagagem startups mais produtivas e com maior potencial de crescimento, fruto das lições aprendidas com mentores, investidores e trabalhadores altamente qualificados.
Uma das percepções comuns a todos é a necessidade de criar soluções que resolvam problemas abrangentes de maneira mais escalável o possível, ou seja, com o mínimo de custo. Para isso, eles aprendem que é preciso investir em tecnologia, processos de automação de plataformas e design de interfaces para entregar soluções de qualidade aos clientes. E entendem a importância das métricas para saber quais ações estão gerando resultados.
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Apesar de os conselhos e dicas serem recorrentes durante um processo de aceleração, muito parte da iniciativa do próprio empreendedor de buscar conhecimento e implementar mudanças em seus negócios. “A aceleradora é uma plataforma. Somos nós que fazemos as melhorias no dia a dia”, explica Emília Chagas, CEO e cofundadora da Contentools, plataforma catarinense de gestão de conteúdo voltada para equipes de marketing, acelerada pela 500 Startups no ano passado.
Muita conversa
Também não basta estar no Vale do Silício para conseguir investimento. “Você não vai chegar lá e conseguir conversar direto com bons investidores. O caminho é ir a eventos e conhecer pessoas próximas que façam a ponte”, diz Wagner Bonfiglio Mariotto, cofundador da Já Entendi, startup que trabalha com a capacitação de trabalhadores usando métodos lúdicos, também acelerada pela 500 Startups.
Antes de procurar uma aceleradora dos Estados Unidos, o empreendedor precisa ter ciência do estágio em que está o seu negócio. Um dos principais indicadores é a tração, ou seja, quando é possível provar que a sua ideia é capaz de impactar outras pessoas e angariar clientes. “Para entrar lá, tem que estar com uma curva de crescimento acelerada. E o nível de exigência é mais alto para quem é de fora”, afirma Tiago Dalvi, CEO e fundador da Olist.
Aprendemos a empoderar o funcionário. A empresa é um catalisador da produtividade deles e precisa entender o que vai agregar valor para a equipe.
Todas as conversas trazem muitos insights. O empreendedor brasileiro precisa perder o medo do contato, o medo de contar a sua ideia para outras pessoas.
Dinheiro é só um catalisador. Se o negócio está indo bem, o dinheiro vai impulsionar. Se está indo mal, vai acelerar a derrocada.
Conselhos
Confira as principais dicas dos brasileiros que tiveram suas startups aceleradas no Vale do Silício:
Apelo global
Startups que resolvem problemas abrangentes de forma disruptiva têm maior potencial de crescimento. “Começar um negócio global dá o mesmo trabalho que começar um local. Se você criou uma inovação tecnológica, precisa ser capaz de vender para o mercado global”, diz Alessio Alionço, fundador da Pipefy. O consultor e investidor-anjo Allan Costa completa: “Pode até começar resolvendo um problema local, mas com visão global”
Design
Criar plataformas atrativas e intuitivas, que facilitem a vida do usuário, deve ser uma das premissas de toda startup. “Aprendemos que o design é muito mais funcional”, afirma o catarinense João Zaratine, cofundador da ContaAzul, uma das primeiras startups brasileiras a ser acelerada pela 500 Startups, em 2011. Até mesmo a “simples” mudança na cor de um botão é capaz de impactar o negócio.
Métricas
Medir todas as ações e processos implementados é uma necessidade básica para qualquer startup que queira dar passos mais largos. “Aprendemos a medir tudo: de onde vêm os clientes, taxas de conversão, aceitação de mudanças, distribuição”, explica Zaratine, da ContaAzul. Com tudo documentado, fica mais fácil aprovar ou reprovar ações e conseguir investidores.
Automatização
Aumentar o número de clientes sem elevar os custos na mesma proporção é uma meta comum aos empreendedores. A solução é automatizar os processos de gestão e interação, sem perder o foco na qualidade. “Antes, nosso processo de interação com o cliente era intensivo em pessoas e agora ele opera mais automatizado. Com isso, aumentamos a nossa produtividade”, diz Emília Chagas, CEO e cofundadora da Contentools.
Pivotar
Mudar o rumo do negócio também é uma saída para driblar barreiras e atuar em um mercado mais rentável. “Fomos como Solidarium e voltamos como Olist”, comenta Tiago Dalvi, fundador das startups aceleradas no Vale. Durante o processo, ele percebeu que seu primeiro negócio, a Solidarium, sofria com a concorrência de grandes marketplaces. Ele, então, criou a Olist, que conecta micro e pequenos empreendedores a grandes varejistas.
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