Os pequenos empreendedores brasileiros foram responsáveis pela contratação de seis milhões de trabalhadores na última década, o equivalente a 39% de todas as vagas abertas no período no país.

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De acordo com o secretário de Ações Estratégicas da SAE (Secretaria de Assuntos Estratégicos), Ricardo Paes de Barros, os 22 milhões de empreendedores brasileiros representam contingente similar à toda força de trabalho italiana.

Enquanto isso, o número de empregados em pequenos empreendimentos é comparável ao número total de trabalhadores argentinos. "É uma Itália contratando uma Argentina, gerando PIB superior ao do Chile. Isso é o pequeno empreendimento brasileiro", disse.

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Os números fazem parte do estudo "Vozes da nova classe média", que aborda especificamente o empreendedorismo no país e foi divulgado hoje.

Nova classe média

Ainda segundo a pesquisa, nos últimos anos, 19% dos pequenos empreendedores saíram da classe baixa e migraram para a classe média. Já 9% dos empreendedores da classe média fazem parte hoje da classe alta.

Para o presidente do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), Marcelo Neri, é preciso olhar com menos preconceito para a nova classe média, que não é "só consumo", mas também trabalho.

Maior qualidade

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Entre 2000 e 2010 o número de empreendedores caiu de 26,2% para 23% no país. No mesmo período, as horas de trabalho também apresentaram redução, de 49,9 horas para 45,4 horas.

"Olhando esses dados comecei a ficar preocupado. Mas percebemos que o lucro dos empreendedores cresceu 35% de 2003 a 2013. Os anos de estudo também apresentaram melhora, de 6,5 anos para 7,7 anos", disse.

Para o presidente do Ipea, os dados mostram que os negócios de subsistência estão sendo trocados por empregos com carteira assinada ou por negócios com maior potencial para ampliar os rendimentos do trabalhador.

"Diminuiu a quantidade de empreendedores, mas a qualidade melhorou. As pessoas estão optando por empregos formais ou melhores", concluiu.

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