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Pequenos negócios despertam atenção de gigantes da internet

Juliana Sade é a Maria Quindim, que faz os doces sob encomenda e apostou na mídia on-line | Henry Milleo/ Gazeta do Povo
Juliana Sade é a Maria Quindim, que faz os doces sob encomenda e apostou na mídia on-line (Foto: Henry Milleo/ Gazeta do Povo)

Pelo menos 25 milhões de páginas do Facebook são perfis corporativos, em que a plataforma é usada para relacionamento da empresa com seus clientes. No Brasil, as fanpages de micro e pequenas empresas (MPEs) chegam a 2 milhões, ativas mensalmente. De olho nesse público, a rede de relacionamento quer ampliar seus negócios e de seus usuários.

Em parceria com o Sebrae, o Facebook vai promover treinamento para 1 milhão de empreendedores de todo o país, em workshops gratuitos sobre o uso da ferramenta de publicidade. Em Curitiba, o evento será no dia 30 de abril. A criação das páginas é gratuita, bem como sua manutenção e interatividade com o público. "Mas o administrador pode promovê-la em anúncios dirigidos, com perfil adequado ao produto e serviço oferecido, com alcance definido pelo sistema. São essas informações que definem o preço da publicação", explica o diretor de negócios para PMEs do Facebook, Patrick Hruby.

Dos 25 milhões de páginas de todo o mundo, 1 milhão paga por anúncios mensalmente. "A associação com o e-commerce é mais natural. Temos até como verificar o retorno do anúncio quando a empresa tem o comércio on-line. Mas a estratégia pode ser usada em todos os setores, nas mais diversas fases de maturidade da empresa", observa Hruby.

O vendedor Alexssandro Ferst, de Pato Branco, no Sudoeste do Paraná, criou a primeira página de venda de implementos agrícolas há seis meses. A Agro-Oportunidade mostra as fotos de equipamentos usados dos clientes que atendia em uma loja física do ramo. Em janeiro, lançou a segunda fanpage – Agricultura no Comando –, em que mescla conteúdo relacionado ao segmento com anúncios de revenda. Em quatro meses, atingiu 11 mil curtidores e consegue movimentar cerca de R$ 250 mil por mês. Ferst faz somente post gratuitos e descobriu sozinho como usar a ferramenta. "Ser pioneiro no negócio e ter credibilidade também contribui bastante para o sucesso da página", diz.

Ajuste fino

As MPEs também estão nos negócios do Google. Sua divisão de publicidade, o Google AdWords, está atenta ao potencial econômico da fatia de empresas que respondem por 25% do PIB brasileiro. A companhia estima que mantenha em seus domínios até 1 milhão de sites empresariais. "Temos dados de que 75% das empresas brasileiras ainda não têm presença on-line", observa o diretor de Vendas para PMEs do Google Brasil, Luciano Santos.

O Google mantém o serviço Conecte seu Negócio, em parceria com o Sebrae, para formatação e primeiros passos de um site corporativo. A Comunidade AdWords reúne empreendedores para troca de experiências, além de oferecer vídeo-aulas semanais sobre a criação e gerenciamento de campanhas on-line. O empresário tem ainda um suporte por telefone para colocar seus links patrocinados no ar ou alterar valores e permanência a partir das ferramentas de verificação de resultado que o Google oferece.

Empresários precisam de cultura de comunicação

Investir o orçamento de marketing em uma única estratégia de comunicação é pouco eficiente, na opinião do publicitário Luciano Bonetti, coordenador do curso de Comunicação Mer­cadológica da Universidade Metodista de São Paulo. "As empresas, de qualquer tamanho, precisam criar uma cultura de comunicação, que se aplicam aos objetivos específicos, de acordo com o segmento em que atuam", diz.

Por menor que sejam os recursos que serão dirigidos à área, eles serão melhor aplicados quando combinados com o alcance e o perfil de público desejados. "No Brasil, verbas de 3% a 5% do faturamento são a média de quem considera o mar­keting um gasto, não um investimento. Empresários que acreditam na comunicação apostam até 10% do seu faturamento nessa área", explica o publicitário.

Para melhores resultados, Bonetti aposta em um ecossistema digital, que inclui presença em sites, redes sociais, blogs e portais, sem dispensar a comunicação off-line. Nessa estratégia, a complementação de mídias em diferentes plataformas faz toda a diferença. "Inserções pontuais têm alcance limitado. A construção permanente da marca colabora para a decisão da compra do consumidor. E isso é um dos papéis do veículo de comunicação", explica o diretor de negócios digitais e multiplataformas do Grupo Paranaense de Comunicação (GRPCOM), Guilherme Vieira.

Hábito de leitura

Apostar na frequência dos anúncios foi a mudança estratégica do GRPCOM. Nos últimos nove meses, a política comercial foi focada na criação de hábito de leitura, onde o anunciante se faz presente, tanto no impresso como no digital. "O cliente ganha desconto pela frequência e paga por mês as inserções semanais que contrata, em pelo menos sete formatos clássicos", explica a diretora comercial da unidade jornais, Luciana Lima. Esse modelo facilita o acesso dos pequenos às páginas do jornal, contribuindo para a construção da marca. Os valores nas publicações dirigidas – suplementos e revistas – também foram adequados ao perfil, aumentando a cartela de clientes.

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