Pelo menos 25 milhões de páginas do Facebook são perfis corporativos, em que a plataforma é usada para relacionamento da empresa com seus clientes. No Brasil, as fanpages de micro e pequenas empresas (MPEs) chegam a 2 milhões, ativas mensalmente. De olho nesse público, a rede de relacionamento quer ampliar seus negócios e de seus usuários.
Em parceria com o Sebrae, o Facebook vai promover treinamento para 1 milhão de empreendedores de todo o país, em workshops gratuitos sobre o uso da ferramenta de publicidade. Em Curitiba, o evento será no dia 30 de abril. A criação das páginas é gratuita, bem como sua manutenção e interatividade com o público. "Mas o administrador pode promovê-la em anúncios dirigidos, com perfil adequado ao produto e serviço oferecido, com alcance definido pelo sistema. São essas informações que definem o preço da publicação", explica o diretor de negócios para PMEs do Facebook, Patrick Hruby.
Dos 25 milhões de páginas de todo o mundo, 1 milhão paga por anúncios mensalmente. "A associação com o e-commerce é mais natural. Temos até como verificar o retorno do anúncio quando a empresa tem o comércio on-line. Mas a estratégia pode ser usada em todos os setores, nas mais diversas fases de maturidade da empresa", observa Hruby.
O vendedor Alexssandro Ferst, de Pato Branco, no Sudoeste do Paraná, criou a primeira página de venda de implementos agrícolas há seis meses. A Agro-Oportunidade mostra as fotos de equipamentos usados dos clientes que atendia em uma loja física do ramo. Em janeiro, lançou a segunda fanpage Agricultura no Comando , em que mescla conteúdo relacionado ao segmento com anúncios de revenda. Em quatro meses, atingiu 11 mil curtidores e consegue movimentar cerca de R$ 250 mil por mês. Ferst faz somente post gratuitos e descobriu sozinho como usar a ferramenta. "Ser pioneiro no negócio e ter credibilidade também contribui bastante para o sucesso da página", diz.
Ajuste fino
As MPEs também estão nos negócios do Google. Sua divisão de publicidade, o Google AdWords, está atenta ao potencial econômico da fatia de empresas que respondem por 25% do PIB brasileiro. A companhia estima que mantenha em seus domínios até 1 milhão de sites empresariais. "Temos dados de que 75% das empresas brasileiras ainda não têm presença on-line", observa o diretor de Vendas para PMEs do Google Brasil, Luciano Santos.
O Google mantém o serviço Conecte seu Negócio, em parceria com o Sebrae, para formatação e primeiros passos de um site corporativo. A Comunidade AdWords reúne empreendedores para troca de experiências, além de oferecer vídeo-aulas semanais sobre a criação e gerenciamento de campanhas on-line. O empresário tem ainda um suporte por telefone para colocar seus links patrocinados no ar ou alterar valores e permanência a partir das ferramentas de verificação de resultado que o Google oferece.
Empresários precisam de cultura de comunicação
Investir o orçamento de marketing em uma única estratégia de comunicação é pouco eficiente, na opinião do publicitário Luciano Bonetti, coordenador do curso de Comunicação Mercadológica da Universidade Metodista de São Paulo. "As empresas, de qualquer tamanho, precisam criar uma cultura de comunicação, que se aplicam aos objetivos específicos, de acordo com o segmento em que atuam", diz.
Por menor que sejam os recursos que serão dirigidos à área, eles serão melhor aplicados quando combinados com o alcance e o perfil de público desejados. "No Brasil, verbas de 3% a 5% do faturamento são a média de quem considera o marketing um gasto, não um investimento. Empresários que acreditam na comunicação apostam até 10% do seu faturamento nessa área", explica o publicitário.
Para melhores resultados, Bonetti aposta em um ecossistema digital, que inclui presença em sites, redes sociais, blogs e portais, sem dispensar a comunicação off-line. Nessa estratégia, a complementação de mídias em diferentes plataformas faz toda a diferença. "Inserções pontuais têm alcance limitado. A construção permanente da marca colabora para a decisão da compra do consumidor. E isso é um dos papéis do veículo de comunicação", explica o diretor de negócios digitais e multiplataformas do Grupo Paranaense de Comunicação (GRPCOM), Guilherme Vieira.
Hábito de leitura
Apostar na frequência dos anúncios foi a mudança estratégica do GRPCOM. Nos últimos nove meses, a política comercial foi focada na criação de hábito de leitura, onde o anunciante se faz presente, tanto no impresso como no digital. "O cliente ganha desconto pela frequência e paga por mês as inserções semanais que contrata, em pelo menos sete formatos clássicos", explica a diretora comercial da unidade jornais, Luciana Lima. Esse modelo facilita o acesso dos pequenos às páginas do jornal, contribuindo para a construção da marca. Os valores nas publicações dirigidas suplementos e revistas também foram adequados ao perfil, aumentando a cartela de clientes.