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Prevenção

A consultora do Sebrae-PR Sônia Shimoyama faz algumas recomendações para as pequenas empresas se prepararem para enfrentar a inflação:

• Organize-se para melhorar os índices de produtividade da empresa;

• Antecipe-se e mantenha um controle financeiro em dia. Assim, é possível se adequar às alterações das taxas de juros antes da situação chegar ao vermelho;

• Entenda as margens de lucratividade do ramo de atividade seguido. Isso ajuda a encontrar uma saída mais assertiva quando os preços precisarem ser majorados;

• Tenha clareza sobre a formação dos preços de seu produto;

• Agregue diferenciais ao que está vendendo. Além de oferecer qualidade e bom atendimento, melhore a experiência proporcionada ao consumidor para ser mais competitivo;

• Faça uma pesquisa de preços ampla antes de contratar fornecedores. Comprando bem, também é possível aumentar a lucratividade e onerar menos o consumidor final;

• Esteja atento às tendências do tipo de mercado em que atua;

• Profissionalize sua gestão e tenha estratégias claras. É mais fácil perder a competitividade para quem tem condições de ter uma gestão mais eficiente.

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Fantasma do universo de empreendedores e consumidores, a inflação é considerada, sobretudo por empresas de pequeno porte, um gigante que precisa ser driblado quase que diariamente. O impacto da alta dos preços tende a reduzir as margens de lucro de quem precisa vender, estimulando ainda mais o aumento. Quem precisa de serviços ou mercadorias, por outro lado, perde o poder de compra. A saída para que o empreendedor lide com esse cenário, sem perder a competitividade, parte de uma gestão planejada.

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É o que recomenda o professor convidado de Empreendedorismo da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Alivínio de Almeida. "Aumentando a eficiência operacional se produz melhor e reduz os custos, absorvendo a inflação que vem de fora. Se ela continuar subindo, no entanto, fica mais difícil suportar. Nós já estamos no limite em vários setores", avalia o especialista.

Ele analisa que a inflação é um evento macroeconômico do qual não escapam pessoas jurídicas nem físicas. "Ela entra diretamente no caixa das empresas: afeta os fluxos de pagamentos, os insumos ficam mais caros", explica.

Esta situação, assinala Almeida, fragiliza o caixa empresarial e afeta, principalmente, empreendedores sem um planejamento de negócios. "Em geral, são ações que começam por necessidade. O ideal é que tenhamos ações por oportunidade, em que as pessoas estudem sua entrada no mercado", diz.

O economista Paulo Sérgio de Moraes Sarmento, sócio da VSW Soluções Empresariais, ressalta que é preciso ser criativo para evitar pequenos desperdícios de produção. "Cada tostão é importante. A gestão tem de ser disciplinada, olhar para os custos com critério. Repassar o aumento ao consumidor pode ser inevitável, mas não deve ser a primeira medida", defende.

Quando a administração é inadequada, completa, criam-se chances maiores de derrubar uma empresa. "Se a empresa está despreparada, vai trabalhar com prejuízo sem notar que a bola de neve está crescendo. Os juros não são físicos, mas aparecem na conta bancária", alerta Sarmento.

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Estratégia

Há oito anos no ramo da moda praia, a empresária Juliana Loureiro Ferline vem apostando em parcerias com fornecedores para não incrementar os preços de seus produtos com a alta da inflação. "Nosso consumidor sentiria muito o aumento dos preços. Procuramos manter a faixa com leves ajustes", relata. Ela também analisa seu posicionamento no mercado, o movimento dos concorrentes e trabalha com projeções claras para cada período, se antecipando às necessidades previstas. "Dependendo do caso, fazemos também adaptações técnicas nos produtos que não vão suportar um incremento no valor", pontua.