Poucos conseguem responder precisamente sobre o valor da própria empresa. O mais comum é incluir o que foi investido para abrir as portas com aluguel ou aquisição de equipamentos, treinamento de funcionários, gastos em marketing, software ou matéria-prima, além do aporte emocional do fundador, que dedicou tempo e conhecimento à atividade. Ainda que toda essa bagagem não possa ser desprezada, a conta não vai levar a uma resposta certa, compatível com as avaliações realizadas pelo mercado, para compra ou venda de novos negócios. "A avaliação é sempre feita pelo potencial futuro do empreendimento, que inclui ponderar os ativos, avaliar o mercado e identificar os riscos que podem impactar no crescimento", explica o CEO da J. Malucelli Investimentos, Leonardo Deeke Boguszewski.
A avaliação de empresas valuation, no jargão financeiro é prática comum em gestões modernas e globalizadas, onde fusões e aquisições fazem parte da rotina para continuidade e expansão de negócios. Também é familiar a empresas que buscam financiamento de fundos de investimentos ou outros aportes, como investidores anjo ou participação no mercado de capitais. "O investidor precisa saber sobre o potencial futuro daquele negócio antes de aplicar recursos nele", explica Augusto Muratori, representante da gestora de fundos Inseed Investimentos.
Planejamento
Mesmo que vender a empresa para o Google ou colocar ações na bolsa de valores ainda não esteja no planejamento estratégico da empresa, o empreendedor pode usar a avaliação para balizar suas decisões. É essa análise que ajuda a corrigir a trajetória e sinaliza se o investimento está valendo a pena.
A revisão periódica do valor do negócio também é importante para otimizar recursos. Com uma avaliação adequada, o empresário tem condições de traçar planos mais assertivos. "A empresa ganha mais competividade, pois se tem uma ótica clara da situação econômica e financeira e reduz o comprometimento futuro, como no caso de um empréstimo, que pode ser menor do que o imaginado quando a conta é feita sem critérios técnicos", diz o executivo da J. Malucelli.
Mudanças de operações e alteração de contratos também são ações orientadas pela ferramenta de avaliação. É quando o empresário identifica e qualifica as oportunidades. "A expertise no negócio não garante o sucesso da empresa. Ele precisa ter um suporte na gestão financeira também. Empresas que fabricavam cartões de telefone público, por exemplo: se não mudassem a operação para produção e venda de chips, seriam fechadas", completa Boguszewski.