Resiliência, coragem e loucura são as palavras-chaves do empreendedorismo na visão dos palestrantes da primeira edição de 2016 do evento Empreender Gazeta do Povo. Eles estão transformando o mercado em que atuam com soluções disruptivas e puderam compartilhar seus aprendizados com mais de 500 pessoas na noite desta quinta-feira (29), no Centro de Eventos da Fiep, em Curitiba.
A primeira apresentação foi de André Marim, cofundador e CEO da Fleety, plataforma de compartilhamento de veículos entre pessoas que já atingiu 200 mil horas de locação nas cidades de Curitiba, Florianópolis, São Paulo e Rio de Janeiro. Para ele, resiliência é a chave para ser um empreendedor de sucesso, principalmente quando se atua em mercados fechados.
Marim acredita que o grande valor do seu negócio está em entregar soluções de mobilidade em um mercado tão “jurássico”. A bandeira da Fleety é que você não precisa ter um carro. “Queremos racionalizar o consumo do carro”, diz Marim. Nem mesmo a concorrência com o Uber e outras plataformas de compartilhamento intimidam o empreendedor. “Estamos todos promovendo mudanças disruptivas.”
Logo após foi a vez do público conhecer a história de Marcelo Reis, Vinícius Grein e Thiago Miashiro, fundadores da Quantum, marca curitibana de celular que está há pouco mais de um ano no mercado. Eles não tiveram medo de entrar no concorrido mercado de smartphones e o que parecia uma loucura de jovens empreendedores está dando os primeiros resultados positivos.
O primeiro desafio do trio foi convencer executivos da Positivo a apostar no projeto para uma parceria. “Quando a gente começou a Quantum, a gente competia com Apple, Samsung, Motorola. O que parecia inviável há um ano e meio está dando certo”, conta Vinícius Grein.
Eles venceram o primeiro desafio e se tornaram uma unidade independente do grupo paranaense de informática. Em um ano de mercado, já lançaram três smartphones, dois intermediários, chamados de Quantum GO e MUV, e outro considerado top de linha, chamado de Quantum Fly. O último modelo foi lançado em setembro e o primeiro lote esgotou em menos de 24 horas.
O último palestrante da noite e âncora do evento foi o presidente do Grupo Boticário, Artur Grynbaum. Ele foi o responsável por transformar o Boticário em um grupo empresarial multinegócios com atuação em vários canais de venda. “Eu sou de uma geração em que o grande sonho das pessoas era ser funcionário público. Mas não pode ser só isso”, disse o empresário.
Grynbaum ingressou no Boticário aos 17 anos como assistente financeiro e virou um apaixonado pelo varejo. Depois de passar por diversas áreas da organização, assumiu a presidência em 2008. Ele liderou o lançamento de três novas marcas (Eudora, quem disse, berenice? e The Beauty Box) e a entrada no e-commerce e na venda direta.
Para Grynbaum , a chave do empreendedorismo está na execução. Ele também destacou a capacidade de liderar pessoas e de incentivá-las a empreender, seja na sua própria empresa ou na organização em que trabalham.
O Grupo Boticário conta atualmente com quatro marcas que ultrapassam 4 mil lojas em 1.750 municípios brasileiros. São mais de 7 mil funcionários diretos.
O Empreender Gazeta do Povo é um evento patrocinado pela FAE Business School e Itaipu Binacional e tem o apoio da Endeavor e do IBQP. A segunda edição do evento ocorrerá em 8 de dezembro e as inscrições são gratuitas.
Resiliência é necessária. Quero dizer para que as pessoas não desistam dos seus sonhos, mas que gerenciam suas expectativas, porque vai ser muito doloroso. Mas, ao mesmo tempo, não tem nada mais gratificante neste mundo do que você ver uma missão sua saindo do papel.
Você tem que dar muito valor para todas as conversas que você tem em qualquer corredor. São nessas conversas que você pode ter as melhores ideias, encontrar as melhores soluções. Nunca despreze uma conversa. É muito importante para qualquer empreendedor ter cabeça aberta.
Todo mundo fala que tem o sonho de empreender. Mas tão importante quanto ter o sonho de empreender é ter capacidade de executar esse sonho, de colocá-lo em prática com todos os riscos que você possa ter. Existe uma grande diferença entre só sonhar e sonhar e empreender. Empreender, de fato, é você querer correr os riscos. E para isso, tem que ter coragem.