João Del Valle e Alphonse Voigt, da Ebanx, preparam expansão para outros países da América Latina.| Foto: Brunno Covello/Gazeta do Povo

Sabe as compras que você já fez com seu cartão de crédito em sites chineses? A possibilidade de utilizar este meio de pagamento, parcelar os valores ou utilizar boletos bancários é, em grande parte, fruto do trabalho da empresa curitibana Ebanx, que, em quatro anos, se tornou líder no país em soluções de pagamento pela internet, permitindo que portais estrangeiros vendam a brasileiros. Depois de se consolidar no mercado local, o Ebanx prepara agora a expansão para a América Latina, começando pelo México.

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Entre os cerca de 250 sites e marcas que vendem por meio do Ebanx estão a Sony, Facebook, DealeXtreme, Wish, Open English e AliExpress – a adoção da solução curitibana pelo popular site chinês, em 2012, foi um dos marcos na breve trajetória da empresa e ajudou a alavancar os negócios.

38%

Foi o porcentual de usuários de e-commerce no Brasil que fizeram compras ano passado em sites internacionais – em 2013, o número era de 33%, segundo o relatório WebShoppers 2015, da consultoria E-bit. Entre os usuários que fizeram compras nestes portais, 55% afirmaram que a última transação ocorreu em sites chineses. Das 20 lojas online estrangeiras mais frequentadas pelos internautas, 12 são atendidas pelo Ebanx.

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Hoje, o Ebanx já tem mais de 6,2 milhões de usuários brasileiros registrados que passaram por sites de 45 países diferentes, somando 40,9 milhões de transações.

As soluções do Ebanx, criado pelos sócios Alphonse Voigt, Wagner Ruiz e João Del Valle, surgiram na esteira do boom das compras online e das dificuldades de acesso dos brasileiros a portais estrangeiros, seja pela não aceitação dos cartões de crédito locais ou devido ao usuário não possuir este meio de pagamento – tanto que 75% das transações feitas pelo Ebanx ocorrem por meio do boleto bancário.

“Temos muitas customizações para atender a cada merchant (o site internacional), o que é um dos nossos diferenciais. O que o estabelecimento quer é vender mais e, para isso, precisa facilitar o acesso a todas as formas de pagamento”, afirma o CFO (diretor financeiro) do Ebanx, Wagner Ruiz.

A empresa obtém suas receitas ao ficar com uma pequena parcela do valor da transação, que varia conforme o porte e a necessidade do vendedor –na prática, quem paga pelo serviço é o site, não o usuário.

Prêmio

O co-fundador e CFO do Ebanx, Wagner Ruiz, foi reconhecido no início do mês pela consultoria EY como o Empreendedor do Ano, na categoria Emerging, que premia empreendedores que se destacaram pelos resultados e potencial de crescimento de suas empresas. Ruiz disputou o prêmio com Diego Martins (Acesso Digital), Isabel Humberg (OQVestir), José Maria Lopes e Manoel de Carvalho (Grupo Perinatal), Marcos Kamimura (Giotto Restaurante), Salézio Martins (Kyly Indústria Têxtil) e Rogério Salume (Wine.com.br).

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Expansão

Agora, o Ebanx quer passar a atender internautas de outros países, aproveitando o mesmo modelo de negócio e atualizando algumas das soluções para as realidades locais. Na última semana, a empresa passou a atuar no México e, ainda neste ano, a intenção é atender também usuários do Peru, Chile e Colômbia.

Os sócios não divulgam informações sobre faturamento ou o investimento necessário para a expansão, mas a expectativa é que a base de usuários fazendo transações cresça entre 60% e 80% com o atendimento aos quatro novos mercados.

“Essa entrada na América Latina é estratégica porque vai nos trazer não só uma base maior de usuários, mas também vai tornar mais fácil para nós bater na porta de um grande merchant e mostrar que oferecemos soluções completas para outros países além do Brasil. Queremos ser um player regional, não só local”, explica o CEO do Ebanx, Alphonse Voigt.

Os sócios também já miram outro grande mercado, o norte-americano. A empresa está preparando a abertura de um escritório comercial no Vale do Silício, berço de grandes empresas de tecnologia com atuação online.

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