As micro e pequenas empresas estão vivendo mais. A boa notícia faz parte de pesquisa do Sebrae no Brasil, sobre pequenos negócios abertos em 2007. Em média, a cada quatro micro e pequenas empresas abertas, três sobrevivem e uma fecha as portas nos dois primeiros anos de vida, no Paraná e no Brasil.
Romper a barreira dos dois primeiros anos, período em que a empresa não é conhecida e tem poucos clientes, é um desafio que vem sendo superado pelos empreendedores. Há dez anos, as taxas de sobrevivência e de mortalidade se equivaliam, ou seja, a cada quatro empresas abertas, duas não sobreviviam.
Mas o que tem contribuído para a maior permanência dos pequenos negócios no mercado? O desempenho econômico brasileiro, com a ascensão da classe média, que passou a consumir mais, é uma das causas mais evidentes. No entanto, o fator que mais contribui para o cenário é de ordem comportamental. O perfil empreendedor mudou.
Com acesso mais facilitado à informação, empreendedores e empresários têm buscado orientação antes de abrir negócios, têm apostado em planejamento. Além disso, empreendem mais por oportunidade que por necessidade. Isso mostra que o empreendedorismo brasileiro está mais maduro, mudando de patamar. O sonho de ser dono do próprio negócio vem acompanhado de mais análise de mercado e gestão.
Temos ainda a avançar? Sem dúvida, sim. O medo excessivo de errar e, por consequência, de ousar, inibem o desenvolvimento dos pequenos negócios. Em diversos países, mais que sobreviver, o que se persegue é a qualidade do empreendedorismo praticado. Os erros são tentativas de acerto. Antes do sucesso, é preciso conviver com o fracasso. A sobrevivência das empresas é fator fundamental sim, mas não é o único. Apostar em novos modelos de negócios e empresas também é ponto-chave.
Afinal, nos negócios, não basta permanecer no mercado, é preciso se reinventar todos os dias. Essa é a maior lição.
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