Agenda
Curitiba terá encontros trimestrais para capacitar empreendedores
Bedy Yang e André Monteiro, do Brazil Innovators, estiveram em Curitiba para a primeira edição do BRNewTech na capital, realizado no Grupo Opet na última terça-feira. O evento faz parte da programação de capacitação, networking e difusão de cultura empreendedora que a Brazil Innovators se propõe a fomentar.
Os encontros são realizados mensalmente, em São Paulo, e agora vão cumprir agenda trimestral em Curitiba, com participação aberta à comunidade, além dos alunos da instituição. "Esse tipo de atividade, de estímulo ao empreendedorismo, está muito alinhada à proposta do Grupo Opet, que sempre trabalhou na formação para o mercado de trabalho", explica a gerente de marketing do grupo, Dani Moro.
Vale acompanhar a agenda no site da Opet (www.opet.com.br/pos-graduacao) ou no da Brazil Innovators (www.brazilinnovators.com).
Investimento
Além de dinheiro, viagem traz experiência de grande valor
Conquistar o investidor é importante, mas o empreendedor que vai até o Vale do Silício acumula também uma experiência de grande valor. A Brazil Innovators acompanha quem começa a retornar para reinvestir em novas startups ou quer atuar como investidor-anjo, com uma expertise fundamental para dar mentoria aos iniciantes, munidos da bagagem de quem já passou por todos os processos.
Na avaliação dos dirigentes, a transferência da cultura empreendedora é importante para estimular novos negócios em um mercado com muito potencial de crescimento. "O Brasil está amadurecendo em diferentes aspectos, com maior penetração da internet e crescimento do consumo em todos os segmentos. E ainda há poucas empresas que podem atender a essas demandas crescentes", diz Bedy Yang.
Nesta fase de ajuste de mercado, ela vê boas perspectivas de crescimento do empreendedorismo brasileiro, descartando a ameaça de uma bolha. "Se houvesse a bolha, eu teria a sensação que devia ter investido menos nas 25 empresas que apostei aqui. A minha avaliação é de que eu deveria ter colocado mais dinheiro em cada uma delas", diz.
O momento não poderia ter sido mais adequado. Para sair da crise em 2009, o mercado americano buscava oportunidades de investimento fora do país. E o Brasil estava na mira. "Entre os Brics [Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul], tínhamos a melhor perspectiva para atrair novos negócios. Mas faltava relevância no nosso empreendedorismo digital, apesar de termos um grande talento na área. E foi nesse canal que apostamos", explica a fundadora da Brazil Innovators, Bedy Yang.
A organização faz a ponte entre os empreendedores brasileiros e o ambiente de inovação do Vale do Silício, na Califórnia. Por meio de programas de capacitação, eventos e missões de negócios, a Brazil Innovators avalia os resultados positivos alcançados em cinco anos de atividade. "Em um período relativamente curto, estamos contribuindo para o amadurecimento do empreendedor local, desde a comunicação dele com investidores até o crescimento como negócio", explica o CEO André Monteiro.
Entre as ações está o TechMission, que promove a imersão de empreendedores selecionados após uma intensa capacitação para conhecer o Vale do Silício e buscar investidores lá fora. Já foram realizadas quatro missões. No balanço das três primeiras, 80% das empresas participantes receberam alguma fatia dos R$ 36 milhões captados em investimentos. Além de alavancar seus próprios negócios, os empreendedores tornam-se fellows (companheiros), que estabelecem uma relação de longo prazo com a organização, comprometendo-se a reproduzir e replicar aqui no Brasil as experiências que viveram no Vale do Silício. "Essa disseminação da cultura é o principal objetivo do trabalho da Brasil Innovators. O mais importante é que o Brasil consiga criar seu próprio ambiente de inovação, daqui pra frente", avalia Bedy.
Desafios
Os bons resultados alcançados até agora não diminuem o desafio que ainda há pela frente para estabelecer o nível adequado de maturidade no segmento. Para Monteiro, é preciso instigar ainda mais o investidor brasileiro, que começa a tomar conhecimento do modelo de negócio inovador que as startups propõem, mas ainda tem pouco apetite ao risco. "Aqui, primeiro a empresa precisa demonstrar rentabilidade para conseguir recursos. No Vale do Silício, a aposta é mais agressiva. Investe-se para ver como a empresa roda, e tudo é avaliado ao mesmo tempo, do negócio ao perfil do empreendedor", diz.
Outra questão importante é alinhar as expectativas. O crescimento das startups em todo o mundo pode criar a ideia de que o modelo de negócio é infalível. "Quase todos os empreendedores de sucesso quebraram muitas vezes antes de acertar", diz Monteiro. Em média, 25% das 800 empresas que os fundos de investimentos de que Bedy participa registram algum sucesso. E dessas, só um quarto tem desempenho excepcional.
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast