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A avalanche de empresas de base tecnológica que surgiram nos últimos anos, especialmente nos Estados Unidos, criou um fenômeno que o mercado chama de “startups zumbis”. São companhias que não apresentam crescimento, mas que continuam funcionando já que receberam aporte financeiro e ainda têm dinheiro em caixa para queimar.

Segundo uma pesquisa da consultoria Accenture em 2015, mais da metade das startups da área de saúde que receberam investimento entre 2008 e 2013 vai virar zumbi e não deve sobreviver mais do que 20 meses. Apesar de não haver dados consolidados sobre outros setores, os especialistas em capital de risco garantem que o número de startups zumbis vem crescendo desde 2013.

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A explicação para o fenômeno está no próprio mercado. O consultor e investidor-anjo Allan Costa afirma que o excesso de empresas de base tecnológica que surgiram nos últimos anos acaba saturando o mercado, pois não existe demanda para todos. “Quando parece que alguma coisa vai dar muito certo, todo mundo corre para o mesmo lugar. Foi o que aconteceu com as startups, que se despontaram como um setor promissor de negócio”, diz Costa.

Com o grande número de empresas no mercado, a concorrência aumentou e ideias datadas ou soluções não tão bem aceitas passaram a perder espaço, transformando negócios que eram promissores em empresas prestes a fechar as portas. “Não é necessariamente por erro do empreendedor”, explica Costa.

O coordenador da aceleradora Hotmilk Leonardo Tostes acrescenta que uma startup pode virar “morta-viva” quando não há um empreendedor de fato à frente do negócio. Ele afirma que há muitas pessoas apegadas a uma ideia e que relutam em fazer mudanças necessárias. Outro caso comum é dos empreendedores que montam um negócio apenas para cunho recreativo, em que se preocupam mais em tirar o pró-labore do que desenvolver o projeto.

Independente do motivo, startups zumbis são cada vez mais comuns nos Estados Unidos. No Brasil, o caso ainda não acontece com frequência, pois o volume de dinheiro aportado para o desenvolvimento de negócios inovadores ainda é muito menor quando comparado a outros países. Mas, segundo os especialistas, será um caminho inevitável com o amadurecimento do mercado.

Que fazer?

Estudo da consultoria Accenture em 2015 mostra que as startups zumbis podem ter valor para o mercado, pois o fracasso de uma companhia não é necessariamente resultado de uma solução mal concebida ou de uma equipe desqualificada. Nesse caso, fusão ou venda acaba sendo uma opção boa.

Por quê?

A consultoria Accenture lista três benefícios em comprar startups da área de saúde que são zumbis: ter contato com bons profissionais, principalmente de tecnologia da informação, acelerar as áreas de inovação e pesquisa e desenvolvimento capturando propriedade intelectual e patentes e ter acesso a uma nova base de clientes de forma barata.

Pivotar ou morrer

Startups que viraram zumbis têm dois caminhos para seguir, segundo especialistas: pivotar ou morrer. Para o consultor e investidor-anjo Allan Costa, o empreendedor deve avaliar as causas da queda da empresa para escolher a estratégia mais adequada ao momento de mercado.

A solução mais comum é pivotar, ou seja, mudar o rumo do negócio e testar novas hipóteses para que a empresa volte a crescer rapidamente. Essa solução inclui aproveitar a base de clientes conquistada e a equipe disponível para construir uma nova estratégia de produto ou serviço que tenha aceitação e escalabilidade.

Caso não seja possível pivotar, um caminho é encerrar o negócio. Para o coordenador da aceleradora Hotmilk Leonardo Tostes, ficar insistindo em uma startup zumbi é um problema, pois o empreendedor pode estar desperdiçando tempo e recursos financeiros em um negócio que não é mais viável.

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