Fleming, do Templo da Cerveja: para ele, em cinco anos o consumo por pessoa no Paraná vai alcançar a média mundial| Foto: Antônio More/Gazeta do Povo

Qual é a melhor vitrine para um negócio? No caso do Templo da Cerveja, foi a presença em um shopping center. No mês passado a empresa – que vende cervejas artesanais – desativou o quiosque no Shopping Mueller para apostar as fichas em mais uma loja de rua, desta vez na Itupava, no Alto da XV. Os dois anos no centro de compras serviram como trampolim para a empresa: algumas marcas, que antes venciam no estoque, passaram a ter uma saída de 50 caixas por mês.

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O investimento na loja do shopping fez parte da estratégia de popularização da cerveja artesanal na cidade, uma vez que em apenas três datas a unidade dava lucro – no Dias nos Namorados, Dia dos Pais e no Natal. "No restante do ano, ficava apenas no empate", conta William Fleming, sócio do Templo da Cerveja, um dos precursores da venda da cerveja artesanal na cidade com a loja de rua no Batel.

Ficar no zero a zero, porém, deu resultado: dois anos após a abertura na loja do Shopping Mueller, o cenário já era outro e permitiu um investimento de US$ 100 mil na unidade da Rua Itupava. "Queríamos agregar mais valor ao serviço de vendas, já que no shopping a compra era por presente. Agora temos um espaço para quem gosta da bebida se relacionar", explica.

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Hoje Fleming é distribuidor exclusivo no Paraná de quatro rótulos, três importados e um nacional, vendidos para cerca de 400 pontos na cidade. "Nos últimos quatro anos, quando abrimos a primeira unidade de rua, no Batel, muita coisa mudou. Está mais fácil encontrar a cerveja artesanal e há uma cultura mais forte sobre a bebida", diz.

Exemplo desse crescimento é o número de cervejarias na região de Curitiba, que saltou de duas para sete em quatro anos. "E dentro dessas sete há embriões de novas fábricas, já que elas usam a capacidade ociosa para produzir outras duas ou três marcas convidadas", conta.

De um copo a três litros

Segundo Fleming, Curitiba se destaca nacionalmente como polo cervejeiro e tem condições para alavancar o consumo de cerveja local aos patamares alcançados pelas cervejarias da Califórnia, um dos templos mundiais da bebida. Lá as cervejas artesanais respondem por 10% do consumo total, enquanto a média mundial varia de 5% a 6%. No Paraná, a participação da cerveja artesanal é mínima, de 0,33%. Levando em conta o consumo per capita brasileiro, de 66,7 litros de cerveja ao ano, é como se o paranaense tomasse, em média, apenas um copo de 200 ml de bebida artesanal a cada 365 dias.

"Vemos muito potencial nesse mercado e eu prevejo que em cinco anos conseguiremos alcançar a média mundial. Até lá, é preciso dobrar o consumo a cada ano. É possível", analisa Fleming. É como se de um copo o paranaense passasse a tomar, ainda nesta década, três litros de cerveja artesanal.

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