Patrícia Loyola Furlan, com os filhos João Vitor e Marcos: “Nada se compara à alegria de buscá-los na escola”| Foto: Daniel Castellano/ Gazeta do Povo

Serviço

A 3.ª Feira do Empreendedorismo Materno de Curitiba é realizada neste sábado, das 14 às 20 horas, na Academia Paramita (Rua Paulo Graeser Sobrinho, 1026, Mercês). Entrada gratuita. Mais informações pelo site maternarum.com.br.

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Empreender tem se tornado uma alternativa cada vez mais comum entre as mães brasileiras. Uma das razões é que a mulher está engravidando cada vez mais tarde no país, o que aponta para uma mudança de comportamento: quando mais jovem, ela aposta na carreira; quando resolve ter um filho, já tem experiência para optar por abrir o próprio negócio. Um motivo bastante importante na tomada de decisão é a angustia de deixar o filho, ainda pequeno, em uma creche para voltar à antiga empresa.

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Algumas mães conseguem lidar melhor com essa ruptura, outras nem tanto. Para estas, abrir um negócio próprio pode ser um caminho para não descuidar da criança nem da vida profissional. Administrar o tempo, porém, é o maior desafio para as mães empreendedoras, avalia Lênia Luz, do blog Empreendedorismo Rosa, que reúne histórias de mulheres que empreenderam.

"A mulher tem dificuldade em delegar e por isso ela precisa administrar bem o seu tempo. Mesmo trabalhando em casa, precisa criar uma rotina, dividindo o dia para os filhos, para o marido, para a casa e para o próprio negócio. Não é fácil, mas é possível conciliar", explica.

A empresária Patrícia Loyola Furlan sabe bem dessa dificuldade de administrar o tempo. Mãe de dois filhos, João Vitor, de 14 anos, e Marcos, de sete, ela trabalha hoje com uma loja de roupas. Quando o segundo filho nasceu, saiu de um banco para revender roupas. Mais tarde, voltou a trabalhar, desta vez em uma financeira, onde foi promovida.

"A proposta era que eu trabalharia mais externamente e poderia fazer meu horário. O problema era que minhas metas eram inatingíveis e eu não conseguia mais ver meus filhos. Meu filho menor tinha meses e quase não me reconhecia mais", conta.

No final de 2011 saiu do trabalho e com o dinheiro formalizou sua revenda de roupa e comprou uma loja de roupas femininas. "Tenho as manhãs livres para ficar com os filhos e as tardes para cuidar da loja. O difícil é conseguir administrar o tempo, para ficar com o filho e para programar a rotina. Tem dias que trabalho de madrugada, mas nada se compara à alegria de buscar meus filhos na escola", diz.

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Feira

Para ajudar as mães a começaram seus próprios negócios, a Maternarum realiza a Feira do Empreendedorismo Materno de Curitiba. Gandha Romanski, idealizadora da feira, é uma das mães que passou pelo dilema do retorno ao trabalho após a gravidez e resolveu empreender. "Comecei a ler sobre empreendedorismo e maternidade e vi que esse dilema era comum entre as mães. Resolvi chamar as amigas que eram mães para fazer algo como um bazar. Foi assim que surgiu a feira", conta Gandha.