As micro e pequenas empresas representam uma faixa grande do mercado em qualquer lugar do mundo. Elas são 99% das empresas chinesas, por exemplo. Na Índia, somam cerca de 30 milhões, criam 1,3 milhão de postos de trabalho por ano e respondem por mais de 20% do PIB. Para descobrir como é o empreendedorismo pelo mundo, gerentes e diretores do Sebrae/PR visitaram instituições e empresas de 13 países e pesquisaram o que os empreendedores brasileiros podem aprender com eles.
Depois de dois anos, os resultados são publicados no livro "Estratégia para crescer Lições de países que incluem o empreendedorismo e as micro e pequenas empresas na agenda do desenvolvimento". A parte principal da pesquisa retratada na publicação aborda os apoios dados às micros e pequenas empresas, além das estratégias governamentais para o empreendedorismo.
Pensando longe
Um dos principais pontos identificados pela pesquisa foi a importância do foco países focados nas escolhas estratégicas obtêm resultados melhores. As boas metas são criadas de acordo com as características geográficas, sociais e econômicas do país e são responsabilidade de todos os setores da sociedade, incluindo governos, instituições e empresas. A falta de foco, por outro lado, cria possibilidades para desperdícios.
Taiwan é um exemplo. Os investimentos na industrialização começaram na década de 1950, e os primeiros parques tecnológicos datam da década de 1970. Com o foco voltado para a produção tecnológica, Taiwan é hoje a 26.ª maior economia mundial, produz metade da fabricação de displays de tela plana do mundo e ocupa o primeiro lugar no mercado de circuitos integrados.
Outro fator que ajuda a fortalecer os empreendedores é o pensamento no mercado externo. "Uma empresa que pensa mundialmente vai ter produtos de melhor qualidade e melhor gestão. Certamente será uma empresa forte no mercado nacional", aponta o gerente de gestão estratégica do Sebrae/PR, Fábio Ono, que participou de visitas na Coreia do Sul, Malásia, Tailândia e Cingapura.
Conhecendo o entorno
A inteligência empresarial é outra ação observada pelos consultores. É importante que o empreendedor saiba o que está sendo feito em outros lugares, para descobrir e aplicar novas estratégias e modelos. Esse tipo de pesquisa é simples e pode ser feita pela internet.
A inovação é também uma característica muito forte, segundo o diretor de operações do Sebrae/PR, Júlio Cezar Agostini, membro da equipe que pesquisou os países da Escandinávia e a Rússia. "Temos que promover uma economia que gere mais valor agregado. Essa é a base para o desenvolvimento de uma sociedade próspera", relata.
Para o diretor-superintendente do Sebrae/PR, Vitor Roberto Tioqueta, que visitou Índia, Taiwan, Hong Kong e China, foi possível perceber "claramente que o investimento em universidades e a visão do empreendedorismo como carreira fortalecem as empresas do país".