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Variação cambial afeta (também) as pequenas

Luciana Bechara, em sua fábrica de roupas infantis: investimentos adiados porque os pigmentos subiram de preço | Brunno Covello/ Gazeta do Povo
Luciana Bechara, em sua fábrica de roupas infantis: investimentos adiados porque os pigmentos subiram de preço (Foto: Brunno Covello/ Gazeta do Povo)

Como a variação do dólar afeta as PMEs? O sobe e desce da moeda americana, que em agosto registrou o pico de R$ 2,44, tem impacto direto sobre a atividade empresarial e engana-se quem pensa que são apenas as multinacionais que têm de rever seus planos quando o dólar dispara ou despenca. Pequenos negócios também são afetados e precisam reajustar suas ações para diminuir o choque cambial.

É o que mostra uma pesquisa do Insper Instituto de Ensino e Pesquisa, referente ao quarto trimestre, que mostra que 49% dos pequenos negócios brasileiros se sentem afetados pela variação cambial da moeda americana. Dentre esses empresários, a principal solução para compensar o sobe e desce é o repasse do custo maior dos insumos para o preço, seguido da opção da troca de fornecedores externos por locais – essa é a alternativa preferencial entre os empresários da Região Sul.

O professor e pesquisador do Insper José Luiz Rossi Junior analisa que é natural que a maioria das pequenas empresas brasileiras não sejam afetadas pela alta do dólar, já que elas são basicamente voltadas ao mercado interno e em grande parte do setor de serviços. Mesmo assim, chama a atenção na pesquisa o número de empreendimentos impactados pela variação cambial.

"O levantamento mostra que 49% das PMEs brasileiras dizem que são afetadas de alguma forma pela variação cambial. É um número muito grande para a nossa situação. A solução mais natural é o impacto no custo e como consequência há o repasse desse valor para o preço", pondera.

É o que faria a empresária Luciana Bechara, proprietária de uma fábrica de roupa infantil, se o preço da próxima coleção já não estivesse fechado e sendo operado com os representantes comerciais. A coleção de verão foi tabelada em junho, antes da disparada do dólar em meados de agosto. A empresa de Luciana sofre menos porque ela não é afetada diretamente: o tecido que ela compra é produzido no país, mas os pigmentos que colorem a roupa são de fora. "Essas empresas repassam os preços para o tecido e ele acaba nos impactando", afirma.

A próxima coleção deve ser reajustada, mas por ora, a alternativa encontrada por Luciana é a de adiar investimentos. "Vamos cortar, por exemplo, algum investimento em marketing e também em máquinas. Nos próximos seis meses devemos continuar com o maquinário atual", pontua.

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