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Expert 2017

Vender o negócio é o auge do sucesso de um empreendedor, diz fundador da Wise Up

Além dos negócios na área de educação, Flávio Augusto também é dono do time de futebol Orlando City, de Orlando, nos EUA, e da startup Meusucesso.com. | Reprodução/Youtube
Além dos negócios na área de educação, Flávio Augusto também é dono do time de futebol Orlando City, de Orlando, nos EUA, e da startup Meusucesso.com. (Foto: Reprodução/Youtube)

O empresário Flávio Augusto da Silva, fundador da rede de escolas de inglês Wise Up, considera que a venda de um negócio bem-sucedido seja o auge do sucesso de um empreendedor. Flávio Augusto vendeu a Wise Up em 2013 para a Abril Educação (hoje chamada Somos Educação), por R$ 877 milhões. No final de 2015 ele recomprou a empresa por R$ 398 milhões, com 146 unidades a menos – A Wise Up tinha 396 unidades quando foi vendida para a Abril Educação e 250 quando o empresário recomprou.

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“[As pessoas] têm que tirar da cabeça a ideia de que vender é se desfazer. E também a ideia de que você vende algum negócio porque ele está indo mal. Na realidade, o ápice do sucesso do empreendedor é quando ele vende o negócio”, disse Flávio Augusto após apresentação na Expert 2017, evento realizado pela XP Investimentos em São Paulo.

No início do mês, o empresário Carlos Wisard Martins comprou uma fatia de 35% na Wise Up. No último dia 19, os dois empreendedores anunciaram a criação da Wiser Educação, holding cuja gestão será dividida com 35% nas mãos de Carlos Wizard e 65% com Flávio Augusto. A primeira aquisição foi da rede de idiomas Number One, que tem 25 mil alunos e 45 anos de atuação. A rede emprega mais de 2 mil pessoas e possui 135 unidades espalhadas pelo Brasil, sendo cerca de 80 em Minas Gerais.

Além dos negócios na área de educação, Flávio Augusto também é dono do time de futebol Orlando City, de Orlando, nos EUA, e da startup Meusucesso.com.

Veja abaixo alguns trechos da entrevista de Flávio Augusto a jornalistas:

Início da Wise Up

Comecei a Wise Up com capital próprio e R$ 20 mil do cheque especial, a um juro de 12% ao mês. O que eu tinha que fazer para o negócio dar certo era seis vezes menos do que eu já performava na empresa onde eu trabalhava. Eu já era responsável por prospectar cerca de 600 alunos por mês em quatro escolas. Eu precisava fazer só uma prospecção com 100 novos alunos por mês. No meu plano de negócios, esse era o número de alunos por mês que eu tinha que ter para o caixa funcionar. E eu estava muito confortável com isso. Eu acreditava que poderia fazer por mês porque eu já estava acostumado.

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Então é menos loucura do que parece. É obvio que continua sendo um risco imenso. Porque e se eu não colocasse? A empresa quebraria. Eu assumi esse risco e estava muito confiante com aquilo que tinha que fazer. E conseguimos colocar mais de 100 alunos todos os meses nos primeiros anos. E isso gerou o caixa necessário. Até que a gente abriu outra filial em São Paulo, 8 meses depois do início das operações [no Rio de Janeiro]. A gente abriu em São Paulo, a escola arrebentou, gerou muito caixa.

Por que vendeu

Tem que tirar da ideia que vender é se desfazer. E também a ideia de que você vende algum negócio porque ele está indo mal. Na realidade, o ápice do sucesso do empreendedor é quando ele vende o negócio dele. Significa que ele criou valor a ponto de alguém ter interesse em antecipar um múltiplo de 11 para ele a valor presente. Ele realiza o sucesso dele. O sucesso de um empreendedor é realizado no momento que ele vende. Enquanto ele não vendeu, ele não realizou este sucesso ainda. Ele está construindo o sucesso.

O sucesso da construtora é quando ela constrói o prédio ou quando ela vende todos os apartamentos? É quando ela vende os apartamentos. Eu sempre digo isso quando as pessoas têm essa impressão sobre vender.

Outra pergunta é a seguinte. Qual é o momento da venda? Quando você deve vender? Eu vendi porque achei que o prédio estava construído e naquele momento eu já estava morando nos Estados Unidos. Naquela fase que eu estava eu acreditava que tinha construído e que agora já estava pronto para realizar. Então decidimos realizar naquele momento. E acabou sendo um timing excelente.

O que é preciso para empreender

É necessário ter visão. Visão é você conseguir antecipar uma tendência e ter um bom timing. A venda da Wise Up teve timing. A compra da Wise Up teve timing. A compra do Orlando City teve timing. Então acho que o timing é o resultado da visão.

Mas também não adianta nada você ter visão, se na hora que você enxerga o caminho, você não tem coragem. Então é preciso ter coragem para avançar. Muitos projetos não saem da gaveta porque o cara não tem coragem.

O empreendedor até pode ter visão e coragem, mas ele terá que executar. E para executar ele precisa ter competência, know-how. E para isso ele precisa ter as habilidades desenvolvidas para executar aquele projeto.

Então um bom empreendedor precisa ter visão, coragem e competência.

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