O Brasil bateu mais um recorde de geração de empregos em maio, com a criação de 298.041 postos de trabalho com carteira assinada, informou ontem o Ministério do Trabalho e Emprego. No Paraná, o saldo entre empregados e desempregados ficou em 19.131 vagas, o terceiro melhor desempenho da série histórica, só perdendo para 2004 (25.101 postos) e 2001 (22.828 empregos). O resultado regional foi puxado principalmente pela construção civil, pela recuperação da indústria da transformação e pelos setores de comércio e serviços. Foi o melhor resultado da Região Sul. Na comparação com o mesmo período do ano passado, o crescimento do número de vagas no estado foi de 63%.Com o desempenho, o Brasil chega à marca de 1,26 milhão de novos postos de trabalho em 2010, resultado de cinco meses de recorde consecutivos. O volume de janeiro a maio já supera o saldo de todo o ano passado, de 995 mil vagas. "Estamos nos aproximando do ritmo de geração de empregos de antes da crise econômica de 2008", afirma o economista Cid Cordeiro, do Dieese no Paraná. Se mantido o atual ritmo, ele acredita que o estado deve bater um novo recorde em 2010. O melhor ano da série foi 2004, com 122.648 contratações formais. De janeiro a maio, o estado criou 90.542 vagas, alta de 4,11% em relação ao mesmo período do ano passado.
Setores
Segundo Cordeiro, a construção civil que liderou a taxa de crescimento de emprego no estado deve continuar aquecida nos próximos meses, no embalo do crédito para o setor imobiliário e das obras de infraestrutura. A indústria, que foi o setor mais prejudicado pela crise, por sua vez, deve manter o movimento de recuperação. No mês passado, os segmentos industriais paranaenses que mais empregaram, em números absolutos, foram de alimentos e bebidas (1.829), têxtil e vestuário (798), material de transporte (682) e mecânica (658). No setor de serviços, os destaques foram administração de imóveis (1.784) e alojamento alimentar e manutenção (1.204). Do total de empregos gerados no Paraná, a região metropolitana de Curitiba contribuiu com 6.802 vagas, um recorde.
O forte crescimento da economia brasileira, com um avanço do Produto Interno Bruto (PIB) de 9% no primeiro trimestre, contribuiu para a maior geração de vagas formais.
Em entrevista coletiva ontem em Brasília, o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, negou que haja uma bolha de crescimento no país.