O emprego com carteira de trabalho no setor privado recuou 1,5% no trimestre até abril deste ano em relação a igual período de 2014, o que significa um corte de 552 mil vagas formais, informou nesta quarta-feira (3), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que divulgou a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua. O indicador funciona como um termômetro da qualidade do emprego no país, já que, além da formalização, possui um rendimento médio mais elevado.
“Na carteira de trabalho, isso (queda na ocupação) é visível. O aumento de carteira dos últimos anos acaba se revertendo. Mas não é só quem tem carteira que está perdendo trabalho”, afirmou Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do órgão.
O emprego sem carteira diminuiu 3,7% no trimestre até abril em relação a igual período de 2014. Ou seja, 384 mil postos nesta posição foram extintos. “Houve perda de emprego, e pessoas que precisavam de um trabalho imediato acabaram atuando por conta própria, seguindo o caminho da informalidade”, disse Azeredo.
O emprego por conta própria foi engrossado por um contingente de 1,024 milhão de pessoas no trimestre até abril deste ano em relação a igual período do ano passado. A diferença representa alta de 4,9% no período. “Parte expressiva do conta própria é emprego informal. Pode ser o cara que trabalha na praia vendendo lanche”, explicou Azeredo.