O "dinamismo" da indústria brasileira nos últimos meses levou ao aumento de 4,9% no emprego industrial em junho na comparação com igual mês do ano passado maior taxa de crescimento, neste tipo de comparação, em nove anos, e recorde da série histórica mantida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), iniciada em 2001. A afirmação foi do economista da coordenação de Indústria do IBGE, André Macedo. Ontem, o instituto informou os dados da Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário (Pimes) de junho. Entretanto, o economista fez uma ressalva: o emprego industrial ainda não recuperou o mesmo nível registrado no cenário pré-crise global, iniciada em 2008. "Se compararmos o nível de ocupação em junho deste ano com o registrado em setembro de 2008, o emprego industrial foi 2,5% inferior em junho de 2010", afirmou.
Outro ponto destacado por Macedo foi o uso de uma base de comparação baixa, referente ao ano de 2009, época em que a indústria sentiu os efeitos mais agudos da crise global. "Mas se observarmos o índice de média móvel trimestral de junho [usado para mensurar tendências], o emprego industrial tem mostrado trajetória de recuperação desde julho de 2009", comentou.
Na análise do IBGE por setores, Macedo observou que as indústrias que puxaram para cima o emprego industrial em junho estão entre as que mais sofreram com a crise global iniciada em 2008. "Estas indústrias, como as de máquinas e equipamentos, apresentaram recentemente bons desempenhos de produção industrial, e isso se refletiu no emprego", comentou.
Sobre as perspectivas do emprego industrial para os próximos meses, o economista foi cauteloso e lembrou que o IBGE não faz previsões. "Vamos aguardar os próximos resultados da produção industrial para saber como o mercado de trabalho [na indústria] vai reagir", afirmou.
No primeiro semestre, o emprego industrial mostrou expansão de 2,4%, favorecido por taxas de crescimento no emprego em 14 ramos pesquisados, e em todos os locais investigados pelo instituto. Entre os setores, as maiores contribuições para o resultado positivo ficaram com os aumentos no número de pessoas trabalhando nas indústrias de alimentos e bebidas (2%), de calçados e couro (6,2%) e de máquinas e equipamentos (4,1%).
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