A criação de empregos com carteira assinada desacelerou no ano passado e registrou o pior índice desde 2003. Apesar da queda em relação a 2012, atribuída à desaceleração da economia, o país acrescentou pouco mais de um milhão de postos formais ao mercado de trabalho.
Segundo o Ministério do Trabalho, 1,117 milhão de vagas foram criadas em 2013, o pior resultado do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) em dez anos. O governo avalia que o mercado de trabalho permanece aquecido e estima a criação de 1,4 milhão a 1,5 milhão de novos postos neste ano.
Para o ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias, o Brasil está criando "empregos [em quantidades] razoáveis" em comparação com os outros países. "Aí está o milagre brasileiro. O mundo todo está querendo saber como nós conseguimos, em paralelo a toda essa crise, gerar empregos", afirmou.
Na comparação com 2012, quando o país criou 1,37 milhão de vagas, o resultado de 2013 teve queda de 18,6%. O dinamismo dos empregos deve ser usado pela presidente Dilma Rousseff como bom resultado das políticas de seu governo na campanha à reeleição neste ano.
"O mercado de trabalho continua abrindo vagas porque, apesar de ser num ritmo menor, a economia continua crescendo", diz Flavio Serrano, economista-sênior do Espírito Santo Investment Bank (Besi Brasil). O ritmo menor de geração de empregos, segundo o especialista, resulta de uma acomodação marginal do mercado de trabalho com um menor crescimento da economia, mas forte o bastante para dar vigor ao consumo.
Aquecimento
"Se fizermos análise dos últimos três meses, vemos que há indicativo de aquecimento do emprego", afirmou o ministro do Trabalho. Em dezembro, foram fechadas 449,4 mil vagas no País, um resultado 10,6% melhor do que em dezembro de 2012, quando foram demitidos 503 mil trabalhadores. "Os números são excelentes, o que faz com que a gente tenha a fé que teremos em 2014 um ano melhor ainda do que foi 2013", disse.
Para que a criação de vagas neste ano supere o ano anterior, o ministro aposta na força do setor de serviços, que, segundo ele, continua sendo o carro-chefe da geração de empregos. Ele ainda disse que a indústria cresceu e "tem tudo para crescer mais ainda neste ano".