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Conjuntura

Emprego industrial cai e interrompe série positiva do PR

Setor têxtil foi dissonante do resultado geral do estado. Contratações subiram 13,9% | Jonathan Campos/ Gazeta do Povo
Setor têxtil foi dissonante do resultado geral do estado. Contratações subiram 13,9% (Foto: Jonathan Campos/ Gazeta do Povo)

A geração de empregos na indústria do Paraná caiu 0,82% em agosto na comparação com o mesmo mês de 2012 e interrompeu uma série de resultados positivos que durava três anos e meio. A última vez em que o Paraná havia apresentado desempenho negativo neste indicador tinha sido em fevereiro de 2010, quando o emprego industrial no estado recuou 0,91%. Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário, divulgada ontem pelo IBGE.

Em 10 dos 18 setores industriais pesquisados pelo IBGE houve redução das contratações. O recuo no estado foi puxado principalmente pelo setor de máquinas e aparelhos e elétricos, eletrônicos, de precisão e comunicação, que caiu 23,3%. Na sequência, também contribuíram para o resultado negativo os segmentos de madeira (-7,5%), produtos de metal (-7,4%), metalurgia básica (-3,7) e indústrias extrativas (-2,9%). Os setores com o melhor desempenho no período foram o têxtil (13,9%) e o de fumo (9,9%).

Apesar da retração em agosto, o emprego industrial no Paraná avançou 0,7% no acumulado do ano, deixando o estado com o segundo melhor resultado entre os 14 locais pesquisados, atrás apenas de Santa Catarina, onde a criação de vagas na indústria cresceu 0,9% em agosto. Para o Ipardes, o crescimento no ano mostra a retomada da produção e é compatível com os dados do último Cadas­tro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho em Emprego (MTE), no qual o Paraná aparece, no mesmo período, como o quinto estado que mais gerou empregos com carteira assinada na indústria de transformação, com 13,3% das vagas.

Contraste

A queda do emprego na indústria em agosto contrasta com a retomada da produção industrial do Paraná, que cresceu 3,6% em agosto em relação a julho e 12,3%, diante do mesmo mês de 2012, alcançando o melhor resultado entre os 14 locais pesquisados pelo IBGE. Na análise do economista da FIEP Roberto Zurcher, a retração no emprego não chega a ser preocupante, principalmente em um contexto no qual todos os indicadores colocam a indústria do estado em destaque positivo.

Após quase quatro anos de crescimento do emprego na indústria, chega um momento em que as empresas precisam fazer ajustes, observa Zurcher. Como não existe uma previsão de crescimento otimista para este fim de ano, as empresas podem estar antecipando os desligamentos que normalmente costumam ocorrer em outubro, período em que a indústria reduz o ritmo de produção, lembra ele.

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