O Paraná registrou alta de 4,8% no número de empregos industriais criados em setembro, na comparação com setembro do ano passado. O resultado colocou o estado na primeira posição entre as 12 regiões pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e é o melhor desde março de 2005. No entanto, a comparação com 2006 é sobre uma base deprimida, em decorrência da crise do agronegócio. As montadoras de veículos, que estão contratando em ritmo mais acelerado desde janeiro de 2007, foram mais uma vez as responsáveis pelo bom desempenho do mercado de trabalho paranaense. O número de pessoal assalariado nesse segmento subiu 32,5% no mês e 24,5% entre janeiro e setembro.
Outro ramo que contribuiu bastante para a melhoria do emprego industrial no Paraná foi o de alimentos e bebidas, com variação de 6,7% em setembro e de 6,1% no acumulado nos primeiros nove meses do ano. De acordo com a economista Denise Cordovil, da Coordenação de Indústria do IBGE, a recuperação do agronegócio é um dos principais fatores que influenciam o desempenho do emprego industrial do Paraná. "A indústria automobilística responde por grande parte do aumento do número de vagas, mas a produção de commodities agrícolas também teve uma participação importante no processo", afirma.
Foi justamente a crise do agronegócio que prejudicou o desempenho industrial do Paraná e provocou o fechamento de vagas nos dois últimos anos. Em setembro de 2006, por exemplo, as vagas industriais no estado diminuíram 1,38%. A queda ocorreu sobre uma base já deprimida: no mesmo mês de 2005, o número de vagas industriais havia caído 1,17%. A indústria automobilística também estava em dificuldades no ano passado. Entre fevereiro e agosto, os índices de emprego foram negativos e continuaram nesse patamar até janeiro de 2007, quando voltaram a subir.
"O ano inteiro tem sido positivo, mas a contratação maior está ocorrendo no segundo semestre. São as montadoras que procuram mais, mas também há novas vagas em metalúrgicas e fábricas de autopeças", diz o vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba, Nelson Silva de Souza. Atualmente, há cerca de 13 mil trabalhadores nas montadoras Renault, Volkswagen e Volvo e quase 2 mil na CNH, de colheitadeiras e máquinas agrícolas.
Um dado positivo, segundo Denise, é que, no terceiro trimestre, o emprego industrial no Paraná cresceu 3,5%, acima do aumento registrado no segundo trimestre (2,6%). O Brasil passou de uma variação de 1,7% para 2,3%. "Nessa avaliação, metade das regiões pesquisadas apresentou aceleração na criação de vagas".
Entre os setores que fecharam vagas estão os prejudicados pelo câmbio. "Isso ocorreu ou pela concorrência com produtos importados, que estão entrando mais baratos no país, ou pelo desestímulo às exportações, por causa da valorização do real." No Paraná, a indústria têxtil teve decréscimo de 5,74% no número de vagas e a indústria de madeira, 4,2%.