Incentivos
Impasse na Câmara adia votação da MP do Plano Brasil Maior
Da Redação
Um impasse no colégio de líderes levou o Plenário da Câmara dos Deputados a desistir de realizar votações ontem. Segundo os líderes do PSD, deputado Guilherme Campos (SP), e do PSDB, deputado Bruno Araújo (PE), há um desgaste entre os parlamentares e governo sobre a liberação das emendas parlamentares. De acordo com a Agência Câmara, os deputados vão tentar votar as propostas na sessão de hoje, às 9 horas.
Uma das votações adiadas foi a da medida provisória (MP) que criou a segunda etapa do Plano Brasil Maior, projeto do governo federal para incentivar a indústria e reanimar a economia. Pelo programa, em vez de pagarem 20% de contribuição previdenciária sobre a folha de pagamento, determinadas indústrias passaram a pagar 1% ou 2% sobre o valor da receita bruta.
Reportagem publicada ontem pela Gazeta do Povo mostrou que, apesar desse incentivo, os setores mais beneficiados com desonerações que tiveram início no fim do ano passado reduziram o ritmo de criação de novas vagas.
O vice-líder do governo, Hugo Leal (PSC-RJ), disse à Agência Câmara que, além do desgaste entre governo e oposição, também há problemas nas MPs que trancam a pauta. Caso do relatório sobre a MP 563/12, do Plano Brasil Maior, que incluiu onze temas alheios à matéria inicial.
Apesar de apresentar desaceleração na passagem de abril para maio, a indústria paranaense se manteve acima da média nacional na geração de empregos e ampliação da massa salarial dos trabalhadores, informou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Enquanto o índice de trabalhadores assalariados na indústria recuou 1,7% no cenário nacional em relação ao mesmo período do ano passado, o pior resultado desde dezembro de 2009 (-2,4%), o Paraná registrou crescimento de 2,2%.
O Paraná também foi o único estado que, em relação ao mesmo mês do ano anterior, apresentou aumento do número de horas pagas aos trabalhadores da indústria, com alta de 1,5%, e acréscimo de 8,4% na folha de pagamento. No Brasil, houve reduções de 2,8% e 1,1%, respectivamente.
Os setores que contribuíram decisivamente para o bom desempenho do emprego industrial e crescimento da massa salarial do Paraná, em oposição ao cenário nacional, foram alimentos e bebidas; máquinas e aparelhos eletrônicos e de comunicações; e meios de transporte.
Para Cid Cordeiro, coordenador técnico do Dieese no Paraná, a força do setor agroindustrial na economia do estado tem ajudado a minimizar o impacto da retração em outros setores. "A agroindústria enfrenta menos concorrência e ainda e conta com a demanda do mercado interno em tempos de crescimento baixo e variação cambial", diz.
Para Gilmar Mendes Lourenço, presidente do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), o comportamento favorável das variáveis relacionadas à ocupação e ao rendimento do trabalho na indústria do Paraná é resultado da boa atuação dos setores metalmecânico, petroquímico, agroindustrial e da construção civil, que impulsionaram a criação de vagas no estado e elevaram a remuneração dos trabalhadores.
Desaceleração
Entretanto, mesmo com o cenário positivo do emprego industrial no Paraná em relação ao país, a Pimes mostra que a geração de empregos industriais e o incremento da massa salarial no estado também desaceleram em relação aos números de abril, quando o emprego havia crescido 4,1%, acompanhado de aumento do número de horas pagas (1,9%) e da folha de pagamento (11,4%).
Para André Macedo, gerente da coordenação de indústria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a desaceleração verificada na indústria paranaense mostra que o estado não ficou imune à retração de alguns setores impactados mais diretamente pelo crescimento modesto da economia, como é o caso do vestuário (-7,2%), calçados e couro (-6,6%), têxtil (-5,4%) e madeira (-9,4%). "Esses setores contribuíram negativamente para a média nacional e foram decisivos para a redução do crescimento do emprego industrial também no Paraná", diz Macedo.
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