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Desaceleração

Emprego na construção sofre queda

O emprego na construção civil também desacelerou no Paraná: entre janeiro e maio, saldo de vagas caiu 10% em relação ao mesmo período do ano anterior | Daniel Castellano/ Gazeta do Povo
O emprego na construção civil também desacelerou no Paraná: entre janeiro e maio, saldo de vagas caiu 10% em relação ao mesmo período do ano anterior (Foto: Daniel Castellano/ Gazeta do Povo)

Depois do boom de contratações nos últimos anos, o emprego no setor de construção civil começa a dar os primeiros sinais de desaceleração. Com o alto volume de entregas de imóveis e ritmo menor de lançamentos do mercado imobiliário e as obras de infraestrutura andando devagar, o setor vem perdendo fôlego na geração de novas vagas.

O sinal amarelo veio em maio, quando a construção registrou um saldo negativo de admissões e demissões de 1.877 vagas no país – o pior resultado desde 2004, segundo o Cadastro Geral de Empregados e De­­sem­­pregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

No Paraná, o saldo no período de janeiro a maio teve queda de 10% na comparação com o mesmo período do ano passado, para 23,2 mil vagas. Mas ainda assim é o segundo maior volume da série histórica iniciada em 2004.

Para o vice-presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon) no Paraná, Armando Bosco Martins Ribeiro, o setor vive um período de recorde de entregas e, com o fim das obras, muitos empregados têm sido dispensados. Dados da Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi) no Para­­ná, serão 14,6 mil imóveis entregues em 2013, contra 11 mil no ano passado.

"Por outro lado, não vamos registrar um volume de lançamentos como vimos em 2010 e 2011, o que significa que o saldo de emprego pode fechar negativo em 2013", diz. De acordo com ele, a previsão do Sinduscon de gerar 26 mil vagas em 2013 no estado será revista para baixo. A expectativa de aumento estava baseada na previsão que os investimentos em infraestrutura deslanchassem, mas isso não vem ocorrendo. Em maio, o setor de construção empregava 164 mil pessoas no estado, dos quais 54,2 mil em Curitiba.

Pé no freio

A construção civil é considerada um dos termômetros da economia e costuma responder rapidamente tanto no aquecimento quanto na desaceleração da atividade. A atual piora do cenário brasileiro já começa a afetar as decisões de construção, segundo o diretor de crédito imobiliário do HSBC, Antonio Barbosa. O Índice de Confiança da Construção (ICST), da Fundação Getulio mostrou uma queda de 3,6% no segundo trimestre em relação ao mesmo período do ano passado.

Na avaliação de Ribeiro, do Sinduscon, apesar do setor não viover mais a explosão de lançamentos dos últimos anos, a tendência é de melhora nos próximos meses. O volume de alvarás liberados para construção novas unidades em Curitiba cresceu 21% no primeiro semestre em relação ao mesmo período do ano passado, para 11,9 mil imóveis.

Nos últimos anos, a construção civil ajudou a puxar para cima o emprego. Até um ano atrás, o setor vivia uma escassez de mão de obra, o que foi responsável também por inflar os salários dos profissionais da área. Um mestre de obras qualificado chegou a receber salário equivalente a engenheiro. "A escassez de mão de obra acabou. Hoje a oferta acompanha a demanda", diz Ribeiro.

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