O saldo líquido de empregos formais gerados em agosto mostra que economia brasileira passa pelo que na literatura econômica convencionou-se chamar de jobless recovery uma recuperação do emprego a um ritmo inferior ao da recuperação da atividade econômica como um todo. É o que afirma o economista da LCA Consultores Caio Machado a partir da análise que fez dos 100.938 empregos formais gerados em agosto, saldo 56,2% menor que o de igual mês do ano passado.
Ocorre que no ano passado, apesar da forte desaceleração do Produto Interno Bruto (PIB) de 7,5% em 2010 para 2,7% em 2011 , não houve demissão de trabalhadores. Ao contrário, até houve contratações. E agora, que a economia começa a apontar uma recuperação mais robusta, as empresas ainda não tiveram necessidade de promover um grande movimento de admissões.
Segundo Machado, as empresas mantiveram o estoque de trabalhadores durante a desaceleração por causa do elevado custo trabalhista embutido nas contratações e demissões e, principalmente, para não abrirem mão de funcionários qualificados.