O índice médio de empregos na indústria automobilística brasileira atingiu o maior nível dos últimos 20 anos, totalizando 134 mil vagas em setembro. Este foi o 15.º mês consecutivo em que o setor apresentou saldo positivo na geração de postos de trabalho, com forte aceleração a partir de fevereiro deste ano, quando passou a gerar, em média, cerca de mil novos postos por mês, segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
O índice médio de trabalhadores no setor automotivo nos nove primeiros meses de 2010 é o mais alto desde 1990, ano em que setor empregava 138,3 mil pessoas, mas em uma indústria ainda pouco automatizada. Naquele ano, a produção anual de veículos no país foi de 914 mil unidades. Para 2010, o volume deve ser quatro vezes maior, atingindo 3,6 milhões de unidades. No período, o índice de produtividade média por trabalhador mais que quadruplicou, passando de 6,6 para 27,7 veículos por trabalhador ao ano.
O nível recorde de empregos ocorreu em um mês em que a produção de veículos apresentou queda de 9,1%, com 308,1 mil unidades produzidas em setembro, contra 338,9 mil em agosto. Na comparação com setembro do ano passado, entretanto, o número de veículos fabricados no Brasil cresceu 12,7%. As exportações de veículos também apresentam recuperação. Nos nove primeiros meses deste ano, o setor exportou US$ 9,2 bilhões, volume 62,5% superior ao do mesmo período de 2009.
"O fato de [a produção] ter caído em um mês é pontual. Acredito que, mesmo com o volume atual, o setor continuará contratando, já que a perspectiva para 2011 também é de crescimento. É preciso mais gente ainda para dar sustento ao aumento na demanda", avalia o professor Alcides Leite, da Trevisan Escola de Negócios.
Segundo Leite, o país reúne condições para se firmar como uma base mundial de produção de veículos. "O Brasil tem um mercado forte, que está longe de ser saturado. Nosso índice de carro por habitantes é bem mais baixo do que em países em desenvolvimento como Argentina e México. Até atingir um nível de países similares ao nosso, ainda há espaço para crescer", diz. O país é hoje o quarto mercado mundial de automóveis, atrás de EUA, China e Japão, e à frente da Alemanha.
Projeções
Segundo o economista, não há nada que indique uma mudança nas bases macroeconômicas do país nos próximos anos que leve a uma retração nos níveis de produção ou a uma onda de demissões. "A renda deve continuar subindo e, com o crédito facilitado, não há dúvidas de que vão aumentar tanto a produção quanto os empregos do setor", avalia.
Se a indústria atingir a meta de 3,6 milhões de unidades projetada para 2010, o volume representará um crescimento de 13% em relação ao total de 2009. De acordo com a Anfavea, as vendas internas de veículos devem chegar a 3,4 milhões número que representa tanto a produção nacional quanto os veículos importados.
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