O emprego na indústria de transformação teve no primeiro semestre, segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o maior crescimento desde o primeiro semestre de 2005, quando a expansão foi de 5,4%. Neste ano, o emprego cresceu 4,4%, na comparação com o primeiro semestre do ano passado. Segundo o economista da CNI Paulo Mol, a trajetória de expansão do emprego no setor vem mantendo regularidade nos últimos três anos. Neste ano, o ritmo de crescimento tem-se mantido próximo de 4%.
Mol observou que a expansão do emprego tem ocorrido em praticamente todos os setores da economia, à exceção dos de madeira, vestuário e material eletrônico de comunicação. As maiores contribuições se registram nos setores de alimentos e bebidas e máquinas e equipamentos, que representam quase a metade da expansão do emprego no primeiro semestre, no setor industrial. A massa real de salários na indústria, segundo a CNI também cresce na maioria dos setores, principalmente os de veículos automotores, alimentos e bebidas e máquinas e equipamentos.
O economista também afirmou que o elevado índice de utilização da capacidade instalada registrado em junho, no setor industrial não preocupa, já que tem se mantido em uma média de 83% nos últimos nove meses. Para ele, a alta utilização do parque industrial favorece os novos investimentos: "Os empresários devem sentir-se estimulados a investir. Isso deve manter a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) elevada no próximo trimestre." Mol disse, no entanto, não acreditar que o elevado índice de utilização da capacidade instalada possa resultar em restrição de oferta e ter impacto nas taxas de inflação.
Segundo a pesquisa Indicadores Industriais, onze setores registraram aumento da capacidade instalada, em junho desde ano, na comparação com junho de 2007; seis tiveram queda; e dois mantiveram estabilidade. O setor automotivo teve, em junho de 2008, a maior taxa de crescimento: registrou uma expansão de 5 pontos porcentuais em relação a junho de 2007.