O Brasil gerou 1,91 milhão de empregos formais em 2006, o que representa um crescimento de 5,7% em relação ao ano anterior (1,83 milhão), informou nesta quinta-feira (22) o Ministério do Trabalho e do Emprego ao divulgar os dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais). O Paraná foi o quarto estado que mais se destacou na criação de empregos, com 141 mil postos, um aumento de 6,7%. O estado ficou atrás apenas de São Paulo (554 mil), Rio de Janeiro (181 mil) e Minas Gerais com 151 mil postos.
Segundo o Ministério do Trabalho, esse é o melhor resultado de toda a série histórica, que tem início em 1985. A expectativa do ministro Carlos Lupi, do Trabalho e Emprego, é que sejam criados pelo menos 2,2 milhões de empregos formais neste ano, o que quebraria novamente o recorde.
"Isso é fruto de um crescimento consistente da economia brasileira. Os dados são mais positivos do que imaginávamos. As empresas estão investindo e precisamos qualificar os trabalhadores. Há um crescimento do emprego formal em todas as faixas etárias e regiões do país", avaliou Lupi.
Metodologia
Além dos empregos celetistas, os dados da Rais englobam ainda os trabalhos formais referentes a estatutários, avulsos, temporários e por prazo determinado, entre outros. No caso somente dos celetistas, foram criados 1,22 milhão de empregos em 2006, informação que já havia sido divulgada anteriormente por meio do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
Segundo o ministro Lupi, os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), que captam todos os empregos do país, inclusive os informais, apontam para um contingente de 89 milhões de trabalhadores no país em 2006, contra 87,2 milhões no ano anterior. Do total de trabalhadores estimado para o ano passado, 35,2 milhões são formais (40% do total), contra 33 milhões em 2005 (38%). "Isso é um indicativo de formalização muito importante", disse o ministro.
Setores
Segundo informações da Rais, o setor que mais empregou em 2006 foi o de Serviços, com 719 mil contratações e elevação de 6,84% frente ao ano anterior. Em segundo lugar aparece a indústria de transformação, com 461 mil empregos formais criados em 2006 e crescimento de 7,5%. O comércio, por sua vez, gerou 325 mil empregos formais no ano passado, com aumento de 5,41%. A administração pública gerou 177 mil postos formais, com elevação de 2,39%.
Em termos relativos, o maior crescimento foi registrado na indústria extrativa mineral, que gerou 35,6 mil postos a mais do que em 2005. A elevação, neste caso, foi de 24%. O Ministério do Trabalho explicou, porém, que isso se deve à nova classificação. A indústria extrativa passou a incorporar os postos de trabalho criados pela Petrobras, que antes eram incluídos na indústria de transformação.
Estados
Em números absolutos, o estado que mais se destacou na criação de empregos formais no ano passado foi São Paulo, com 554 mil postos e elevação de 5,68% frente ao ano anterior. Em segundo lugar aparece o Rio de Janeiro, com 181 mil postos criados e crescimento de 5,7%. Minas Gerais e Paraná figuram como terceiro e quarto lugares, com 151 mil postos criados (+4.2%) e 141 mil (+6,7%).
Em termos relativos, porém, o destaque na criação de empregos formais em 2006 foi o Tocantins, com crescimento de 9,86%. Maranhão, Pará, Sergipe e Roraima também mostraram bom desempenho em 2006, com crescimentos respectivos de 9,3%, 9,2%, 8,89% e 8,86% no período.
Gênero
A força de trabalho feminina apresentou crescimento maior do que o dos homens no ano passado, revelam dados da Rais. Foi registrada elevação de 6,59% na contratação de mulheres para vagas formais de emprego em 2006, enquanto, no caso dos homens, a taxa de crescimento foi de 5,2%.
Segundo o Ministério do Trabalho, cresceram empregos em ambos os sexos para trabalhadores com, pelo menos, Ensino Fundamental. Para quem tem instrução Superior Completo e incompleto, nota-se a predominância do sexo feminino.
"O grau de instrução é muito importante para as mulheres conseguirem empregos. Vamos atuar para aumentar o nível de instrução das mulheres", disse Lupi. Entretanto, as mulheres ainda seguem ganhando salários menores do que o sexo masculino.
Faixa etária
Por faixa etária, o maior crescimento no emprego formal em 2006 foi verificado para quem tem entre 54 e 60 anos. Nesse caso, a elevação foi de 9,77% frente ao ano de 2005. Em segundo lugar, aparece a faixa que vai de 25 a 29 anos, com elevação de 7,63%.
Aqueles que tem mais de 65 anos também estão tendo boas oportunidades, uma vez que o aumento foi de 6,1% em 2006. De 40 a 49 anos, o crescimento foi de 5,87% e, de 30 a 39 anos, de 4,99%. Para a faixa que vai de 18 a 24 anos, a elevação foi de 3,08% e, de 16 a 17 anos, houve uma queda de 2,07%.
Grau de instrução
O emprego formal cresceu mais em 2006 para os trabalhadores com Ensino Médio completo, revelam dados da Rais. Neste caso, o crescimento foi de 11,7% frente a 2005. Para os trabalhadores com curso Superior incompleto, a taxa de expansão foi de 10,8% e, para aqueles com Superior Completo, 4,74%. Os empregados com curso médio incompleto tiveram uma elevação de 5,2% e, aqueles até 8a. série, de 4,09%. Aqueles que não tem 8a. série completa, por sua vez, tiveram queda nos empregos obtidos.