Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados nesta quinta-feira (15) pelo Ministério do Trabalho, revelam que houve a abertura de 657,2 mil postos de emprego com carteira assinada no primeiro trimestre deste ano, o que representa novo recorde da série histórica, que tem início em 1992.
O recorde anterior havia sido registrado nos três primeiros meses de 2008, quando foram abertas 554,44 mil vagas formais de trabalho. No primeiro trimestre de 2009, período marcado pelos efeitos da crise financeira internacional na economia brasileira, houve o fechamento de 57 mil postos de trabalho no Brasil.
Reposição de estoques
De acordo com o Ministério do Trabalho, uma reação positiva de alguns segmentos já era prevista. O governo informou que os setores que mais se destacaram na criação de empregos, nos três primeiros meses deste ano, foram os Serviços (249,8 mil vagas) e a indústria de transformação (204,3 mil postos formais). A construção civil abriu 127,6 mil empregos no primeiro trimestre e o comércio contratou 33,1 mil trabalhadores com carteira assinada.
"Alguns setores, como já prevíamos, responderam muito bem, porque demitiram precipitadamente. Os estoques praticamente zeraram e está havendo necessidade de repor os estoques [e contratar]. É um comportamento sistemático da indústria de tranformação, do setor têxtil e de calçados. Os setores de exportação melhoraram muito. Houve uma reação do mundo. E tem o recorde do setor automobilístico", disse o ministro do Trabalho, Carlos Lupi.
Março e previsões
Somente em março deste ano, de acordo com informações do Ministério do Trabalho, foram criadas 266,4 mil vagas com carteira assinada, o que também representa novo recorde histórico para este mês.
Para abril de 2010, Lupi previu nova marca histórica, com a criação de 340 mil a 360 mil postos de trabalho formais. Se confirmado este resultado, será o melhor resultado da história para todos os meses. O recorde mensal atual foi registrado em abril de 2007, com a criação de 320 mil empregos.
Lupi manteve a estimativa de que serão criados mais de dois milhões de empregos formais em 2010, o que, se atingido, representará, também, o melhor ano desde 1992.
Galinha dos ovos de ouro
O ministro Carlos Lupi pediu ainda que o Banco Central não eleve a taxa básica de juros, atualmente em 8,75% ao ano. A expectativa do mercado financeiro é de que os juros subam ainda neste mês para 9,25% ao ano para conter pressões inflacionárias.
"Não acredito que haja necessidade de aumento dos juros. A gente não vai querer matar a galinha dos ovos de ouro, que é a produção. Os juros subindo cerceiam os investimentos. Torço, trabalho, peço e luto para que não tenha aumento de juros", disse ele.
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