Brasília - A construtora Queiroz Galvão vai negociar nos próximos dias uma forma de garantir maior participação na construção da hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu (PA). O anúncio da possível saída da empresa do consórcio que venceu o leilão de terça-feira foi entendido pelo governo apenas como um sinal de pressão para assegurar uma parcela significativa da obra em suas mãos.
O Palácio do Planalto foi avisado sobre a ameaça da Queiroz Galvão logo após o encerramento do leilão. Coube ao ministro de Minas e Energia, Márcio Zimmerman, discutir o assunto com a ministra-chefe da Casa Civil, Erenice Guerra, que participou ativamente das negociações antes do leilão.
"Eles estão querendo mais participação na área de construção", disse uma fonte do governo. "Os sócios vão conversar e ver o que a empresa quer." A preocupação da Queiroz Galvão é ficar apenas com o risco do projeto porque têm 10,02% do consórcio e perder para as concorrentes Camargo Corrêa e Odebrecht parcela significativa do contrato de construção.
A possibilidade de a Queiroz abocanhar uma parcela significativa da construção é remota. Segundo fonte do setor, desde o início da formação do consórcio Norte Energia, já estava certo que a construção da usina seria repartida entre grandes construtoras para diminuir o custo.
Outra informação que circulou em Brasília na terça-feira foi a desistência do grupo paranaense J.Malucelli Construtora. Em nota, a companhia nega ter saído do consórcio. A empresa informou que ficou "satisfeita" com o resultado e que "não tem a intenção de sair do projeto".
Alterações são consideradas irreversíveis pela Casa Civil, mas só poderão ocorrer depois da outorga da usina, prevista para 23 de setembro. A expectativa é que o consórcio vencedor busque novos sócios e subcontrate outras empreiteiras para construir a usina. Em outras palavras, o consórcio final será diferente daquele que ganhou oficialmente a disputa.
"A obra é muito grande, tem espaço para todo mundo, disse um dos assessores do presidente Lula, que aposta na possibilidade de as empreiteiras Camargo Corrêa e Odebrecht, que desistiram do leilão, tocarem as obras de engenharia civil da usina.
Índios
A ministra Erenice Guerra pediu para a Fundação Nacional do Índio (Funai) acompanhar a mobilização de etnias indígenas da região do Rio Xingu que preparam a invasão do Sítio Pimental, onde será construída a barragem principal e a casa de força auxiliar da Usina Hidrelétrica Belo Monte. A ocupação da ilha, no meio do Rio Xingu, a cerca de 40 quilômetros de Altamira, está prevista para acontecer entre hoje e amanhã.
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