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SETOR ELÉTRICO

Empresa chinesa vence leilão da 2ª linha de transmissão de Belo Monte

Executivos chineses da State Grid comemoram vitória da empresa  no leilão | Nacho Doce/Reuters
Executivos chineses da State Grid comemoram vitória da empresa no leilão (Foto: Nacho Doce/Reuters)

A empresa chinesa State Grid venceu nesta sexta-feira (17) o leilão para construir e operar a segunda linha de transmissão da hidrelétrica de Belo Monte, a terceira maior do mundo, que está em obras na Amazônia.

A State Grid, que ganhou o leilão sozinha, já havia sido escolhida para a construção da primeira linha de transmissão de Belo Monte, nesse caso fazendo parte de um consórcio com empresas brasileiras.

A empresa chinesa propôs receber uma remuneração anual de R$ 988 milhões, um ganho 19% abaixo do teto estabelecido pelo regulador no concurso.

A segunda oferta foi apresentada pelo grupo espanhol Abengoa, com um preço 14% mais baixo do teto fixado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), órgão regulador.

O consórcio brasileiro Xingu, o terceiro credenciado para participar da licitação e integrado por empresas públicas, não apresentou ofertas.

Deságio

O deságio, que acaba tendo impacto na tarifa de energia, foi menor que os 38% registrados no leilão do primeiro linhão, que também trará energia do Pará para o Sudeste, uma vez que apenas duas companhias fizeram lances. Isso num momento em que a seca dos últimos anos e condições mais apertadas de financiamento limitam investimentos das elétricas brasileiras.

Assim, foi a primeira vez que os chineses participaram sozinhos de um leilão de energia no Brasil. Mas o vice-presidente-executivo de Operação e Manutenção da State Grid, Ramon Haddad, revelou que a empresa estuda todas as oportunidades de negócio no país, inclusive em geração e distribuição, no qual estão no radar empresas que o Grupo Eletrobras deve colocar à venda.

Operação

O vencedor da licitação se compromete a operar a partir de 2019, quando espera-se que as obras sejam concluídas, e gozará da concessão por 30 anos.

A segunda linha de transmissão medirá 2.250 quilômetros e conectará Belo Monte, no estado amazônico do Pará, ao município de Nova Iguaçu, na zona metropolitana do Rio de Janeiro.

Os investimentos previstos superam R$ 7 bilhões para as obras, que serão executadas em cinco estados.

A capacidade instalada em duas subestações da linha será de 7.800 megawatts e o projeto espera gerar cerca de 16,8 mil empregos diretos nos estados do Pará, Tocantins, Goiás, Minas Gerais e Rio de Janeiro.

Em 26 de agosto, será realizado um novo leilão com 11 lotes de transmissão elétrica em diferentes estados.

Construção

Belo Monte, que será a terceira maior hidrelétrica do mundo, começou a ser construída em março do 2011 na cidade de Altamira (Pará), apesar da resistência dos índios, agricultores, pescadores e ecologistas, que estão preocupados pelo impacto do projeto na Amazônia.

A construção da obra, prevista para ser entregue em janeiro de 2019, foi interrompida em várias oportunidades por decisões judiciais, greves dos operários que constroem a represa e manifestações dos afetados.

A hidrelétrica, erguida sobre o rio Xingu, um afluente do Amazonas, e que inundará 506 quilômetros quadrados de floresta, terá uma capacidade de geração média de 4.571 megawatts por hora e alcançará um teto de 11.233 megawatts nas épocas de cheia do rio.

O projeto exigirá investimentos de cerca de US$ 10,6 bilhões, segundo cálculos do governo.

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