A Globoaves, empresa com 15 unidades fabris e sede em Cascavel, entrou para o ramo da biotecnologia. A empresa fornecerá ovos para a fabricação de vacinas para gripe pelo Instituto Butantan, de São Paulo. O contrato tem duração de cinco anos e conta com investimentos de R$ 20 milhões da empresa paranaense na modernização de duas granjas, em Itirapina e Brotas (SP). O projeto envolve recursos que totalizam R$ 68 milhões do governo federal e paulista, aplicados também em uma nova fábrica de vacinas do instituto, que será inaugurado nesta quinta-feira.
Até maio a produção de vacinas estará em testes e a partir de agosto deve funcionar de forma plena. A fábrica terá capacidade de produzir cerca de 40 milhões de vacinas por ano. Atualmente, o governo federal precisa importar a vacina, que custa cerca de US$ 3 a dose. A meta da Campanha Nacional de Vacinação do Idoso, que teve início na segunda-feira, é imunizar 11 milhões de pessoas.
No pico da produção do Instituto Butantan, a Globoaves terá de entregar diariamente 200 mil ovos, produzidos com controle de qualidade diferenciado. "Fomos escolhidos porque temos uma equipe própria especialista em genética e podemos garantir que nossas aves não têm nenhum problema de sanidade", afirmou o diretor comercial da Globoaves e um dos proprietários da empresa, Roberto Kaefer. Segundo ele, a logística da operação já está definida e as 250 mil aves matrizes já estão alojadas nas granjas.
A Globoaves entregará os ovos frescos ao instituto, que os mantém incubados e no 11.º dia faz a injeção de uma das três cepas com os diferentes tipos de vírus influenza no embrião. Após nova fase de incubação, é feita a coleta do líquido amniótico do embrião, do qual é feita a vacina. Esse mesmo processo poderá ser utilizado para a produção de vacina para a gripe aviária. De acordo com a assessoria de imprensa do Instituto Butantan, esse produto será fabricado em pequena escala em um laboratório experimental, e transferido para a nova fábrica caso haja necessidade, como no caso de uma pandemia.
Kaefer diz que tem expectativas muito boas com o novo segmento de negócio. Tanto que ele já participou de uma reunião com representantes do Instituto Butantan no Banco de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O tema foi a política nacional de biotecnologia lançada pelo governo federal em fevereiro, na qual a Globoaves poderia se credenciar a um financiamento para a construção de uma planta específica para o fornecimento de ovos para vacinas. "Acredito que esse projeto das vacinas possa ser duplicado já na seqüência, a partir de convênios com outros países", acrescentou.
O fornecimento de ovos para vacinas representará cerca de 10% da produção total da Globoaves, que é cerca de 40 milhões ovos por mês. A empresa está presente em oito estados, com cerca de 5 mil colaboradores diretos e abate aproximado de cerca de 280 mil frangos por dia.
Boicote do agro ameaça abastecimento do Carrefour; bares e restaurantes aderem ao protesto
Governo Lula impulsiona lobby pró-aborto longe dos holofotes
Cidade dos ricos visitada por Elon Musk no Brasil aposta em locações residenciais
Doações dos EUA para o Fundo Amazônia frustram expectativas e afetam política ambiental de Lula
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast
Deixe sua opinião