O Boticário está encarando a globalização em uma das frentes mais difíceis: a internacionalização da marca no varejo. Nessa incursão, a empresa se junta a outras grandes companhias brasileiras, como Ambev, que vende a cerveja Brahma e o Guaraná Antarctica em outros países, e Alpargatas, produtora das sandálias Havaianas. Para colocar seus produtos em prateleiras no exterior, o fabricante paranaense de cosméticos tem feito diversas experiências, que vão do fornecimento a lojas especializadas em produtos brasileiros à abertura de franquias.
"Hoje temos presença em todos os continentes", comemora o gerente da área internacional do Boticário, Roberto Garcia Neves. A marca é geralmente relacionada ao respeito pela natureza, com apresentação semelhante à usada no Brasil. Pequenas alterações são feitas de acordo com a cultura do país que importa os produtos. No Egito, as vendedoras do show room do Boticário usam véus. Ali, como em outra unidade montada nos Emirados Árabes, não são expostas imagens "quentes", como de modelos usando biquínis.
Portugal foi o primeiro destino das exportações do Boticário, há 20 anos. A afinidade lingüística e a forte presença de brasileiros deram o empurrão inicial para a consolidação da marca. Depois foram buscados os mercados voltados para brasileiros no Japão, onde os produtos da empresa são encontrados em 600 pontos de venda, e os vizinhos da América Latina.
Em 2004, a área internacional do Boticário voltou os olhos para o maior mercado de cosméticos do mundo, os Estados Unidos. Cinco parceiros assinaram contratos de distribuição em regiões diferentes. Eles vendem para lojas de produtos brasileiros e, em dois casos, mantêm pontos exclusivos da marca. "O Brasil está em alta no exterior, o que abre a possibilidade de bons negócios", diz Cláudio Ramos Conti, sócio da Beleza do Brasil, empresa que faz a distribuição nos estados americanos de Nova Iorque e Nova Jersey.
Foi a Beleza do Brasil que abriu a primeira loja do Boticário nos Estados Unidos. Ela fica em Newark, cidade da Nova Jersey que abriga uma comunidade de imigrantes brasileiros. Perfumes como Thaty e Acquafresca, bastante conhecidos deste público, são os mais vendidos. "Até agora os brasileiros são os maiores compradores nos EUA, mas os produtos agradam pessoas com outras origens. Basta fazer a correta divulgação para conquistá-las", afirma Conti.
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