Linha de produção da Bionext: curativo produzido pela empresa barateia custo de tratamento| Foto: Jonathan Campos/ Gazeta do Povo

Uma fábrica localizada em São José dos Pinhais está pronta para dar um salto invejável: exportar produtos de biotecnologia para os Estados Unidos. A Bionext, uma pequena firma com foco em inovação, conseguiu em maio o registro no rigoroso FDA, o departamento norte-americano que autoriza a comercialização de alimentos e medicamentos, para vender um curativo feito de celulose produzida por bactérias e que funciona como uma "pele artificial". A empresa agora está perto de fechar o primeiro contrato de distribuição nos EUA.A Bionext foi fundada em São Paulo em 2002 e inaugurou sua fábrica em São José dos Pinhais em 2005. Ela é uma típica "start-up", uma pequena empresa com um projeto inovador, alto potencial de crescimento e em busca de investidores interessados em apostar na ideia. Com apenas nove funcionários, a firma concentra esforços em alavancar os contratos de venda de seu primeiro produto, a pele artificial, e na pesquisa de outros lançamentos que usam a mesma tecnologia básica. O segredo da Bionext foi ter encontrado uma forma de moldar celulose produzida por bactérias para a produção industrial de artigos hospitalares.

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A empresa entrou no mercado oferecendo a pele artificial a hospitais privados brasileiros. "Há várias vantagens nesse material. Ele cobre feridas e queimaduras e geralmente não precisa ser trocado, como curativos comuns, o que reduz em até 80% o custo do tratamento", diz Gerardo Mendoza, presidente da Bionext. "Além disso, o material não deixa passar água ou microorganismos e mantém a pele na temperatura ideal para sua regeneração."

No ano passado, a Bionext foi escolhida pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), órgão ligado ao Ministério do Desenvolvimento, e pela Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) para participar da 2008 Life Science Venture Forum, uma feira voltada para "start-ups" da área médica. Lá, ela fez contato com investidores e com a MDI, uma empresa de biotecnologia que acabou se tornando parceira na incursão no mercado norte-americano. "Eles se comprometeram a nos ajudar na liberação dos nossos produtos junto ao FDA e a estabelecer canais de distribuição, enquanto nós faremos o mesmo com a linha da MDI no Brasil", conta Mendoza.

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Após a feira, a Bionext levantou R$ 4,5 milhões para viabilizar a execução de seu plano de negócios, que prevê um faturamento de US$ 35,5 milhões em 2018 – em 2009, ele deve ficar em R$ 350 mil, ou cerca de US$ 200 mil. A fábrica de São José dos Pinhais está preparada para a primeira fase de expansão, que é a comercialização em larga escala da pele artificial. Ela ocupa hoje apenas 10% da capacidade de fabricar 3,6 milhões de centímetros quadrados do material.